“No final do caminho está a liberdade. Até lá, paciência. ” Siddharta Gautama
Dizem
lendas e tradições milenares que as consciências celestes, do mais alto do
firmamento, projetaram a sua energia em vários lugares da Península Ibérica
que, por isso, se tornaram mágicos. Também a derramaram sobre determinadas
individualidades, que passaram a refletir aquela mesma luminosidade à sua volta
e se transformaram em referências de mudança civilizacional. Por isso, há quem
diga que, ao acender-se uma consciência na Terra se apaga uma estrela no céu...
Os mistérios sagrados das várias Tradições mundiais referem aquelas projeções e reflexos de estrelas na Terra, bem como os seus ensinamentos perdidos na vertigem do tempo e que poderão conduzir o homem comum a esse estado primordial de felicidade e de consciência. O processo que leva à sua identificação e vivência plena é a Gnose. No Oriente, chamam a esse elo indefinível e inominável de Tao, que também poderá ter o significado, mais limitado e circunscrito, de Caminho.
Os mistérios sagrados das várias Tradições mundiais referem aquelas projeções e reflexos de estrelas na Terra, bem como os seus ensinamentos perdidos na vertigem do tempo e que poderão conduzir o homem comum a esse estado primordial de felicidade e de consciência. O processo que leva à sua identificação e vivência plena é a Gnose. No Oriente, chamam a esse elo indefinível e inominável de Tao, que também poderá ter o significado, mais limitado e circunscrito, de Caminho.
Na
Ibéria destaca-se um percurso milenar, ou Caminho, que atravessa todo o norte
peninsular e que se denomina, muito apropriadamente, de Caminho das Estrelas,
em referência à Via Láctea que lhe serve de teto.
O
próprio nome de Compostela, meta oficial daquele Caminho mágico, e que deriva
do latim “Campus Stelae”, pode significar “Campo da Estrela”.
A
representação, ou mesmo a encarnação da sabedoria das estrelas na Terra
tornou-se cada vez mais rara, pelas vicissitudes do mundo moderno, mas nem
sempre foi assim. No que respeita à Ibéria, decorria o séc. IV quando uma delas
iluminou intensamente o território da Galiza, manifestando-se no gnóstico Prisciliano.
Mas ao tentar restaurar os valores e a pureza do Cristianismo primitivo,
Prisciliano acabou decapitado por aqueles que não puderam suportar o seu
brilho...
Algo semelhante se passou com a totalidade do próprio Caminho das Estrelas, depois conhecido mundialmente como Caminho de Santiago.
Algo semelhante se passou com a totalidade do próprio Caminho das Estrelas, depois conhecido mundialmente como Caminho de Santiago.
Em
tempos imemoriais, esse Caminho havia já sido implantado no terreno pela Gnose,
ou pelo Tao. Mas quando o poder que eliminou Prisciliano se apropriou do
Caminho, logo o tentou descontaminar de todo o gnosticismo, para melhor o
adaptar aos seus interesses. No entanto, a sua essência profundamente gnóstica
permaneceu e continuou bem viva, ainda que, agora, flua somente pelo leito
subterrâneo ou oculto do Caminho.
CABEÇA
As mesmas tradições antigas referem-se à Europa como senhora de um corpo geográfico-simbólico, em que a cabeça é figurada pela Península Ibérica. Mas essa é também uma forma de indicar que ali se encontra um centro elevado de consciência espiritual.
As mesmas tradições antigas referem-se à Europa como senhora de um corpo geográfico-simbólico, em que a cabeça é figurada pela Península Ibérica. Mas essa é também uma forma de indicar que ali se encontra um centro elevado de consciência espiritual.
Dando
voz a uma tradição antiga, os poetas portugueses Fernando Pessoa e Luis de
Camões coincidem em reafirmar que a Europa, representada antropomorficamente
como um corpo régio, tem como cabeça a Península Ibérica. Escreveu Camões nos
“Lusíadas”, referindo-se à Península Ibérica pelo seu nome antigo de “Hispania”
(ou “Espanha”):
“Eis aqui se descobre a nobre Espanha,
Como cabeça ali da Europa toda...”
E,
mais adiante, especifica:
“Eis aqui, quase cume da cabeça
Da Europa toda, o Reino lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa...”
Fernando
Pessoa retoma esta linha de pensamento na sua “Mensagem”, assinalando que a
Europa:
“Fita com olhar esfíngico e fatal
O
Ocidente, futuro do passado.
Essa
“cabeça ibérica da Europa” contém a soma de vários outros vórtices de energia
espalhados pela Península: na Galiza e no resto da Espanha destacam-se aqueles
que conformam e animam o Caminho de Santiago e, em Portugal, os que potenciam a
herança sagrada da Tradição Lusitana, refletida no mito do Quinto Império.
Ou seja, a Gnose ou o Tao, como fonte que irriga continuamente o Caminho de Santiago, terá sido quem colocou, na Ibéria, centro de consciência ou cabeça da Europa, a pedra angular do Quinto Império.
Ou seja, a Gnose ou o Tao, como fonte que irriga continuamente o Caminho de Santiago, terá sido quem colocou, na Ibéria, centro de consciência ou cabeça da Europa, a pedra angular do Quinto Império.
Já
vimos que, por Quinto Império, se referem os portugueses ao surgimento de um
período da História correspondente ao “Millennium” do Apocalipse, em que
prevalecerão os valores do Espírito e onde será erradicado o "mal"
como ignorância, assim como o egoísmo, a intolerância e a prepotência, que proliferam
nas atuais culturas do medo. Mais adiante se esclarecerá melhor esta suposta
utopia, apoiada e desenvolvida nos tempos modernos pelo mesmo Fernando Pessoa e
por filósofos como Agostinho da Silva, que alargou a Península Ibérica ao
“Portugal do outro lado do mar, que os brasileiros chamam de Brasil”... Mas o
que importa ressaltar é que dessa simbiose ibero-americana resultou um sangue
renovado e fresco, que poderá, agora, revitalizar a cabeça. E uma das
principais veias condutoras desse sangue novo é, precisamente, o Caminho das
Estrelas.
De
facto, cada vez mais pessoas, a nível mundial, se interessam e se lançam no
antigo caminho peninsular, acreditando que é possível o sonho da mudança:
mudança de vida, mudança de valores, mudança de critérios, mudança, enfim, do
estado do seu próprio mundo ou a libertação dos pesos que carregam, que será a
maior de todas as mudanças e que influirá, decisivamente, na mudança do mundo
colectivo...
Deste modo, despertando antigos valores que poderão restaurar um estado de consciência, e prosseguindo o percurso interno e libertador de homens como Prisciliano, a Ibéria poderá, um dia, voltar a ser um campo de estrelas...
Deste modo, despertando antigos valores que poderão restaurar um estado de consciência, e prosseguindo o percurso interno e libertador de homens como Prisciliano, a Ibéria poderá, um dia, voltar a ser um campo de estrelas...
LEVEZA
A
primeira coisa que qualquer peregrino aprende no Caminho de Santiago é a
condição essencial de não caminhar sobrecarregado. Do mesmo modo, ao iniciar-se
esta outra caminhada, é igualmente imprescindível retirar da nossa mochila
interior toda a carga a mais; sobretudo, aquela que ali não foi colocada por
nós.
Refiro-me
às crenças, aos dogmas, aos anátemas e aos tabus, impostos pelos poderes que
controlam a sociedade, a ciência e as religiões e que, de tal modo nos foram
inculcados como “a realidade” que não damos pelo peso brutal que carregamos às
costas…
Por
isso, para além de interpretarmos inúmeras passagens da História ao contrário,
encaramos também a Pré-História como um longo período de obscurantismo
cultural. Mas já vem sendo altura de, pelo menos, admitirmos que o
obscurantismo poderá estar em nós, na nossa atitude, no nosso olhar
condicionado, ainda incapaz de abarcar o legado assombroso de uma cultura
desconhecida.
Então,
sem pesos indesejáveis e com o espírito aberto, abordaremos questões complexas
ligadas ao surgimento do Caminho, como a que se prende com a lembrança de uma
Época de Ouro, algures no passado mais remoto da humanidade, desaparecida num
desastre de amplitude cósmica... Sim, a Atlântida, referida por Platão, mas
sempre relegada para o domínio da fantasia. No entanto, é o mito que mais se
encontra gravado na memória coletiva e inconsciente dos povos... Outra questão
fundamental liga-se com a Suméria, essa sim bem real e palpável, mas cujos
documentos entretanto descobertos, e que colocam em causa toda a história
oficial da humanidade, são praticamente ignorados, ou melhor, criteriosamente
silenciados por quem pretende manter tudo na mesma.
Efetivamente,
o que seria do mundo se o homem começasse a pensar por si mesmo, em vez de pensar
como foi ensinado a pensar, utilizando formulas e conceitos que não são os seus,
mas que constituem as balizas do seu comportamento?
Vivemos
numa época onde só o pensamento racional conta. E o poder que nos governa,
mantendo o mundo tal como está (isto é, sob o seu domínio) serve-se dessa condição
para injetar o pensamento "racionalmente correto" que mais lhe
convém.
No
passado não era assim. O homem, apoiado pelas Religiões dos Mistérios,
regia-se, sobretudo, pelos valores do espírito, a que acedia diretamente pelos
canais que desenvolvia em si mesmo como, por exemplo, a intuição, que representa
a inteligência espiritual. Claro que também se servia do mental racional para
explorar disciplinas como a filosofia, a matemática, a astronomia ou as
ciências que o levaram a tantas realizações e construções fabulosas; o
racionalismo era um meio, um instrumento deveras precioso, mas um instrumento
apenas – a mente era a servidora do homem e não a senhora absoluta ou a
ditadora implacável em que hoje se transformou. Por isso surgiram dogmas e
tabus, vedando o acesso a explicações que estavam para além da mente racional;
por isso a ciência positivista tomou um papel preponderante, destronando todos
os laivos da espiritualidade antiga.
Mas
o mais desconcertante é que as religiões adotaram um procedimento semelhante,
pois elas mesmas se eivaram de dogmas e obediências cegas, num esquema racional
e material de conquista de poder...
REDESCOBERTA
O
extraordinário desenvolvimento da ciência e da tecnologia modernas transmite
continuamente a ideia de que o homem de hoje ultrapassou tudo o que havia
conseguido no passado. Mas será isso que sucede, como coisa nova e nunca
vista?... Ou será que o homem começou, agora, a recuperar o nível de
conhecimentos que detinha anteriormente?... Porque essa é a grande questão: os
avanços e as invenções de agora serão verdadeiramente novos ou corresponderão,
antes, à redescoberta de um conhecimento já detido por civilizações anteriores?
Se
assim for, poderemos perceber, cada vez melhor, as nossas origens, a nossa
verdadeira História e, ao saber de donde provimos, também poderemos ter uma
ideia, cada vez mais nítida, de quem somos, individual e coletivamente.
Então,
neste Caminho de peregrinação pelos alvores da humanidade teremos,
inevitavelmente, que ir ao encontro da primeira grande cultura que plasmou e
deixou gravados em milhares de placas de argila e rolos cilíndricos os seus
relatos sobre a história do homem: a Suméria.
A
Suméria fazia parte do território que hoje conhecemos como Iraque. Daí que
sejam legítimas as maiores dúvidas sobre os motivos que levaram os EUA a invadirem
aquele país e a tomarem posse de tudo o que ele contém... Sim, porque o acesso
ao Conhecimento é o verdadeiro e mais valioso desiderato, deixando o objetivo
aparente do petróleo a perder de vista…
SUMÉRIA
Situada
entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia foi o berço da Suméria, descrita
como o lugar do Éden bíblico. Surgida, mais ou menos, há uns 6.000 anos (ou
seja, por volta de 4.000 a.C.), tornou-se na primeira civilização conhecida,
sendo-lhe atribuídos os mais elevados índices de cultura e desenvolvimento, que
serviram de base a todas as demais civilizações e culturas da Terra.
No
séc. XIX, quando a arqueologia descobriu por debaixo das areias da Mesopotâmia
e da Síria, milhares de placas de argila e de cilindros, totalmente gravados, com registos referentes à
época dos patriarcas bíblicos e a outros períodos muito anteriores, o mundo
deveria ter rejubilado. Mas o mundo não soube e continua,
maioritariamente, a não saber de nada.
Nem
a querer saber.
No
entanto, a existência desses relatos escritos, cuja publicação só veio a lume
na segunda década do séc. XX (sempre discretamente e com propositada sobriedade
noticiosa), evidencia que alguns deles constituiram, nada mais nada menos, do
que o fundamento de que se serviram, mais tarde, os hebreus para escreverem o
Génesis! O porquê desta “discrição compulsiva” reside no facto dos relatos
descobertos se revelarem, de facto, como fontes do Antigo Testamento, mas, em
inúmeras passagens, se mostrarem muito diferentes da escritura canónica aprovada.
A
este propósito, escreve Laurence Gardner no seu livro “A Estirpe do Santo
Graal”: “Os relatos históricos eram familiares, e os personagens e os lugares
facilmente reconhecíveis como protótipos integrantes do Antigo Testamento, mas
os diversos conteúdos eram tão diferentes da escritura aprovada que a sociedade
doutrinada e as autoridades que a governavam se sentiram imediatamente
ameaçadas. ”
Foi
assim que saltaram os alarmes dos poderes religiosos e políticos, seus aliados,
que tudo fizeram para manter esta informação longe da sociedade por eles
controlada. Mas nem sequer foi necessário um grande esforço, pois a sociedade
preferiu manter-se sob a segurança de uma descrição histórico-religiosa
conhecida, em vez de encarar factos que poderiam fazer ruir os pilares onde
ela, comodamente, se apoia.
Resultado:
o dogma não só sobreviveu como acabou por se impor a toda a evidência
documental, e aquela versão da história bíblica, oficialmente reconhecida e
aprovada, continuou a ensinar-se e a invocar-se em escolas e igrejas...
ADÃO
A
Mesopotâmia representava já uma vanguarda civilizacional desde há uns 10.000
anos a.C., mas foi quando a sua região sul se destacou como Suméria, por volta
do ano 4.000 a.C., que ali se produziu um repentino e acentuado avanço cultural
e civilizacional, acompanhado por uma inacreditável revolução técnica, que
adiantou a sociedade suméria em milhares de anos face ao processo natural de
desenvolvimento.
Se
atendermos às condicionantes deste processo natural, ligado às teorias evolucionistas
de Darwin, poderemos constatar que o homem demorou cerca de um milhão de anos
para perceber que podia fragmentar e afiar as pedras; que foram precisos mais
quinhentos mil anos para que as transformasse, deliberadamente, em instrumentos
de trabalho, e outros cinquenta mil para que descobrisse a metalurgia e os
rudimentos da agricultura. Isto prova que as conquistas que marcaram a evolução
do homem foram sempre muito lentas e difíceis e que nessa lentidão, própria de
cada passo, decorreram ciclos inteiros pré-históricos. Mas, de súbito, dá-se um
salto inexplicável na evolução, com o surgimento, aparentemente espontâneo, do
homo sapiens e outro salto, ainda mais fabuloso, quando se chega à Suméria,
terra de Adão.
Ali,
inexplicavelmente para as leis observadas pelo processo natural, terá ocorrido
algo misterioso que rompeu esse processo, deixando os historiadores académicos
estupefatos e os darwinistas perdidos.
Segundo
a evolução natural, o homem de hoje teria forçosamente que ser o que ainda são
algumas tribos de África e da Austrália e a sua elite civilizacional estaria,
ainda, a uma larguíssima distância da mais elementar compreensão da matemática…
Mas o que quer que tenha sucedido na Suméria, permitiu que o homem, apenas
6.000 anos passados, se lançasse na conquista do espaço!...
O
que terá quebrado a cadeia natural e se encontra por detrás de tudo isto? Seja
ou não oficialmente admissível, as placas sumérias respondem a esta questão.
MISTÉRIO
Entre
os diversos investigadores especializados na Suméria, permito-me destacar o
autor das “Crónicas da Terra”, Zecharia Sitchin. Não porque compartilhe todas
as suas conclusões, mas porque, corajosamente, foi dos primeiros em
apresentá-las como uma História alternativa da humanidade. E, mais uma vez, com
origem nas estrelas...
Ilusão?
Interpretação livre e abusiva?... É certo que Sitchin por vezes supõe e
romanceia, mas parte sempre de uma base sólida, coerente e fundamentada. Aliás,
muitos dos documentos em que se baseia são exibidos, hoje em dia, nos maiores
museus do mundo. E, apesar de tudo, não será indispensável conhecer a escrita
cuneiforme, pois os registos não só estão traduzidos por outros investigadores
de renome, como a simbologia gravada em inúmeros baixos relevos é
também deveras eloquoente...
Relata
Sitchin, no “Génesis Revisitado”,
que os textos cosmológicos, astronómicos e históricos dos sumérios referem a
existência de mais um planeta no nosso Sistema Solar, a que chamam Nibiru, e
cuja órbita passa entre Marte e Júpiter a cada 3.600 anos. E acrescenta: “Os
textos sumérios repetem, insistentemente, que foi desde esse planeta que os
Anunnaki vieram à Terra. Este termo traduz-se, literalmente, como “Aqueles que
do Céu à Terra Vieram”. A Bíblia a eles se refere como os Anakim e, no capítulo
6 do Génesis, também lhes chama Nefilim que, em hebreu, significa o
mesmo: "Aqueles que baixaram do Céu à Terra".
Segundo
as fontes sumérias, foram os Anunnaki que ensinaram tudo o que lhes permitiu
tornarem-se num modelo de civilização. Mas, muito mais do que isso, foram os
Anunnaki que utilizaram a manipulação genética e determinadas técnicas de
fertilização in-vitro para criarem o
primeiro homo sapiens, a partir do homem primitivo de então. Deste
modo, se a interpretação corresponder ao que se encontra nas placas, aquilo que
os escribas sumérios nos transmitiram foi, nada mais nada menos do que a
solução do enigma do “elo perdido”, resolvido desta forma desconcertante!
Mas
será tão desconcertante assim?...
A
presença extraterrestre na Suméria, completamente às claras e que terá levado à
transformação do genoma humano, permite colocar uma série infindável de questões como esta: os Anunnaki foram os únicos que desceram do Céu à Terra, ou
muitos outros Nefilim os precederam ou seguiram? Isto é, existirão, de fato,
hierarquias desconhecidas de seres oriundos de outros pontos do universo que mantiveram (ou mantêm ainda, ocultamente) algum tipo de contato com a
civilização humana? .... Há quem diga veementemente que sim, e que estas
questões, por muito que choquem a sociedade totalmente manipulada em que
vivemos, não surpreendem os verdadeiros poderes que a governam; e, até, que não estará longe o dia em que serão desvelados muitos desses segredos...
ADN
Como
se disse, as placas sumérias relatam que seres desconhecidos, oriundos das estrelas,
vieram numa expedição à Terra, há cerca de 500.000 anos atrás, e terão sido
eles que transformaram o homem autóctone de então no homo sapiens. Mais
tarde, aquele protótipo humano foi substancialmente melhorado pelos mesmos
Anunnaki, com a criação do Adão bíblico e essa melhoria extraordinária da raça
refletiu-se no esplendor civilizacional da Suméria, onde o homem novo
experimentou uma convivência determinante com os seus criadores...
A esse novo protótipo humano correspondeu,
evidentemente, um novo código genético, onde terá ficado registada uma espécie
de “memória do ato”, assim como o conhecimento completo da sua constituição
humana e espiritual; ou seja, acerca do ser espiritual que anima e utiliza o
veículo humano. Portanto, logo à partida o homem terá sido pré-definido como um
buscador de si próprio... Então, o seu maior desafio será o de percorrer um
caminho interno, enfrentando o conflito entre a luz e a escuridão do seu
próprio ADN, até atingir e tomar posse do conhecimento que leva guardado dentro
de si, chegando à sua identidade espiritual.
Mais
tarde, para auxiliar o homem a reconhecer e a cruzar esse caminho de
autodescoberta, foram estabelecidos os Mistérios Iniciáticos. Com o passar dos
séculos e o desaparecimento das Escolas de Mistérios, aquele caminho de dentro
veio a deter várias outras expressões pelo lado de fora, transformando-se,
paulatinamente, nos vários caminhos de peregrinação existentes no mundo.
Por
isso, é tão importante percorrer um caminho de fora virado para dentro e nele
esgotar o cansaço físico e mental, renovando e transmutando energias, com a
espiritualidade como meta. E se esse caminho existir desde a mais profunda
antiguidade, congregando os esforços e as experiências de todos os peregrinos
que o percorreram ao longo de tempos sem fim, o seu valor será incalculável.
Será
uma rota verdadeiramente sagrada.
Atualmente,
não existem muitos caminhos desses no mundo. Um deles, porventura o mais
importante dos nossos dias, é o que conhecemos como o Caminho de Santiago!
ATLÂNTIDA
Já
referi que a outra questão que se liga com as origens mais remotas do Caminho
de Santiago é a que se refere ao continente perdido da Atlântida, ainda que a
história oficial a remeta para o domínio da fábula. No entanto, é uma questão
que permanece em aberto e que poderá, a qualquer momento, ser comprovada, tal
como sucedeu com o mistério da Suméria.
Pelas datas envolvidas, o homem paleolítico
deveria ter sido contemporâneo desse mítico continente, ainda que vivendo na
sua periferia. E nessa situação de contacto esporádico, teriam sido os atlantes
que impulsionaram fortemente o seu progresso, com consequências bem assinaladas
pelos historiadores. No entanto, a história oficial, mais uma vez, continua sem
entender como foi possível, ao homem do Cro-Magnon, por si só, ter dado um passo enorme
na sua evolução num curto espaço de tempo. Mas se a Atlântida fosse uma fantasia,
quem mais o teria feito? ...
Tal como, hoje em dia, um cientista de topo da
NASA habita na mesma época em que um selvagem atira setas nos confins da
África, assim o homem atlante, de cultura infinitamente superior, poderia ter
vivido na época em que, noutra parte do mundo, lutavam pela sobrevivência os
homens primitivos do Paleolítico Superior. E como também sucede nos nossos dias,
em que o mundo civilizado envia expedições científicas e humanitárias aos
lugares mais recônditos e atrasados do planeta, também os atlantes, nas suas
deslocações por outras zonas do globo, terão contatado aqueles povos
primitivos, a quem ensinaram técnicas e conhecimentos que impulsionaram
decisivamente o seu progresso...
Não
existem sinais evidentes desse contato no período seguinte, o Mesolítico,
devido às grandes e profundas transformações na estrutura geológica e
climatérica da Terra. Ou por outras palavras mais concludentes: o contato terá
sido interrompido devido ao afundamento da Atlântida.
Mas,
no final desse período Mesolítico surgiram, em inúmeras vertentes atlânticas,
restos e sinais de uma civilização muito superior à autóctone, provavelmente também
afetada pelos referidos cataclismos geológicos. E os historiadores continuam
sem a poder explicar…
É
certo que não existem provas materiais que atestem a realidade da Atlântida, mas
também não é possível afirmar categóricamente que ela nunca existiu. E aqueles
que pensam que, outrora, o continente atlante fez parte da face da Terra, podem
sentir o apoio confortável do grande Platão, que nos seus diálogos “Timeu"
e "Crítias” refere a existência da
Atlântida, revelada a Sólon por sacerdotes egípcios. Também
a Teosofia, pela voz de Helena Blavatsky, se debruça sobre a questão
da Atlântida assinalando, inclusive, que terá sido há cerca de 800.000 anos que
se afundou a sua parte mais extensa, tendo restado apenas duas ilhas, Rutha e
Daitía (que correspondem, atualmente, às ilhas espanholas das Canárias e às
portuguesas dos Açores). Passados 600.000, anos teria ocorrido o afundamento de
uma outra parte, deixando a Atlântida reduzida a uma só grande ilha, com o nome
de Poseidónis. Essa ilha mantinha uma ligação com Gades (a actual Cádiz, no sul
de Espanha) através de uma cadeia de ilhas menores. Refira-se
que foi esta última ilha atlante – Poseidónis – que Platão referiu nos seus diálogos.
Finalmente,
mais ou menos 200.000 anos depois (correspondendo a cerca de 10.000 antes da
era cristã), terá sucedido o desastre definitivo, com o afundamento de
Poseidónis. Esse cataclismo poderá ter provocado a abertura do atual estreito
de Gibraltar, com a separação e o levantamento das Colunas de Hércules.
A
Atlântida desaparecia, assim, da face da Terra.
SOBREVIVENTES
Mas
mesmo tratando-se de um cataclismo cósmico, poderão ter existido sobreviventes:
homens e mulheres atlantes que, avisados, tomaram os seus barcos e largaram a
tempo da ilha de Poseidónis, rumando a lugares seguros que conheciam de viagens
anteriores.
Os
sobreviventes da Atlântida confundem-se, muitas vezes, com a versão
multiplicada do Noé bíblico. No entanto, haverá uma diferença entre o
cataclismo geológico que provocou o afundamento da Atlântida e aquele outro
fenómeno que a Bíblia descreve como o Dilúvio, que só terá sucedido alguns
milhares de anos mais tarde, numa parte da Suméria dirigida pelos
Nefilim.
Mas esta é uma
questão que tem confundido os investigadores mais especializados.
Apenas
uma outra referência sobre o tema, uma vez que não constitui a investigação
central deste livro: a Sabedoria das Idades refere uma 4ª Raça Mãe da
humanidade (que em tudo se associa com a Atlântida), senhora de um grau de
civilização e de uma ciência e tecnologia incomparáveis, a ponto de dominar
inúmeros segredos do universo e haver mantido contato com seres de outros
planetas. Será, então, que os atlantes se terão relacionado com os Anunnaki, ou com outros Nefilim desconhecidos,
ou se terão mesmo confundido com eles no inconsciente coletivo da humanidade?
...
Seja como for, uma boa parte dos
sobreviventes atlantes terão atingido as costas da atual ibéria e permanecido
na frente atlântica europeia, transformados em deuses pelos povos primitivos
que os receberam. Com o decorrer dos milénios, uma outra parte passou para o
norte de África e foi estabelecer-se a Oriente, nas zonas férteis dos grandes
rios como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, e o Indo.
Foi
assim que a Pré-História deu, oficialmente, lugar à História, com o arranque
das primeiras e mais importantes civilizações reconhecidas: Egito, Suméria e
Mohenjo Daro, na Índia. Estava-se, mais ou menos, no ano 4.000 antes da era
cristã.
MAR
Do
mesmo modo que os atlantes que vieram do mar ocuparam um lugar de destaque na
mitologia dos povos que os receberam, as suas embarcações também se converteram
em objetos de culto. Por isso, navegar, cruzar o mar ou penetrar ousadamente
nos seus mistérios como fizeram, muito mais tarde, os navegadores portugueses,
converteu-se numa arte de iniciados. Acrescente-se que, ainda hoje, os corpos
arquitetônicos das igrejas cristãs se chamam “naves”.
A
este propósito, escreveu Juan Atienza no seu livro “Os Sobreviventes da
Atlântida”: “Ao longo dos séculos, a barca – e, por conseguinte, quem a ocupa-,
converter-se-á em símbolo de iniciação. Simão Pedro aparecerá nos Evangelhos
como pescador e será o portador da chave. Lohengrin, o Cavaleiro do Cisne da
mitologia germânica, chegará numa barca desde um lugar desconhecido. O próprio
corpo do apóstolo Santiago chegará a Iria Flávia noutra barca, lançada sem rumo
pelos seus discípulos no oriente mediterrânico. Essa barca terá percorrido,
apenas com a força do sopro divino, a rota do Sol, originando, com a sua mítica
chegada às costas galegas, o indício mais evidente – a mais diáfana chamada de
atenção – sobre uma das peregrinações mais constantes e controvertidas da
História. ”
A
chegada dos barcos atlantes às costas da Ibéria, levando as sementes de um
conhecimento superior e, portanto, de um desenvolvimento civilizacional a todos
os níveis, foi perpetuada ao longo de eras sem fim e a sua memória, ainda que
distorcida, deu origem a inúmeras peregrinações e romarias, precisamente nos
lugares que mais adentravam aquele mar: os cabos ocidentais da Península
Ibérica, que se converteram em lugares de culto e de iniciação.
De
facto, ainda hoje, em muitos cabos das costas de Portugal e da Galiza (a
vertente atlântica europeia) se celebram festas e romarias de temática
religiosa-marítima, como sucede nos cabos Espichel e da Roca, em Portugal, e no
cabo Finisterra, na costa galega, onde os romanos diziam que terminava o mundo
e onde termina, verdadeiramente, o Caminho terrestre de Santiago.
Entre a cidade de Santiago e o cabo
Finisterra fica a ria de Nóia e, no seu início, encontra-se a vila que lhe dá o
nome. Um nome que recorda a presença de um “Noé”, sobrevivente a um cataclismo
que a tradição local classifica como o Dilúvio. Diz a mesma tradição que aquela
povoação foi originalmente fundada por Noela, uma filha do Patriarca Noé, ali
aportado com a sua Arca que poderá estar enterrada, algures, na serra limítrofe
da Barbanza. Aliás, sobre o actual escudo de Nóia pode ver-se uma imagem da mesma Arca,
imortalizada pelo Antigo Testamento.
Esta Nóia galega, centro ideal de uma
área onde se encontram a maior parte dos numerosíssimos dólmens e petróglifos
de uma Galiza sagrada, fica apenas a 30 Km da cidade mágica de Santiago de
Compostela, também ela ligada à obtenção de conhecimentos ocultos. E que,
segundo a lenda, por via de um ser que, mesmo morto, também chegou à costa
galega por mar…
A
crença em seres marinhos, descendentes dos tritões e surgindo nas praias
encantadas da Galiza, foi sempre uma constante na tradição popular local e dela
nos dá conta, já em 1570, António Torquemada, nas páginas do seu livro “Jardim
de Flores Curiosas”.
Também não deixa de ser curioso que a fonte mais famosa de Santiago, situada na
praça das Platerias, junto à entrada sul da catedral, tenha quatro grandes
Cavalos Marinhos rodeando a figura do apóstolo Santiago, como uma "Quinta
Coisa" surgida do mar e tendo por cima da cabeça uma estrela...
ARQUIVO
Toda a Galiza, como sucede com uma boa parte
de Portugal, está coberta de monumentos megalíticos, assinalando o percurso
intraterreno das veias telúricas do planeta. O que pressupõe um conhecimento
deveras assombroso (e, em muitos casos, acima do atual!) por parte dos povos
que os erigiram, classificados como primitivos e arquivados na gaveta ainda
indefinida da Pré-História. Mas a Pré-História não tem que ser “pré” de nada,
como um documentário antes do filme principal, porque, em si mesma, constitui
uma verdadeira e maravilhosa História, tão ou mais rica em acontecimentos
transformadores da humanidade quanto a outra que se lhe seguiu. Portanto,
Sitchin tem razão quando afirma que o verdadeiro enigma não radica no
retrógrado das sociedades primitivas, mas no nosso próprio progresso…
Todos
sabem que os Templários, herdeiros daquele conhecimento ancestral, se
ofereceram para ajudar os reinos cristãos na Reconquista da Península Ibérica
aos árabes. Mas o que se sabe menos é que, como troca da sua ajuda, solicitavam
a posse de certos lugares, criteriosamente escolhidos por antecipação. Na
verdade, eram lugares associados a centros de cultura megalítica! ... Foi assim
que os Templários se instalaram na península e se tornaram nos principais
defensores do Caminho de Santiago.
Já
foi explicado que esse Caminho não era de Santiago, nem pertencia a nenhuma
Igreja, mas sim a todos aqueles que buscavam o conhecimento. Perdidas no tempo,
as primeiras peregrinações buscavam nas finisterras ibéricas o ensinamento dos
mestres que tinham vindo do mar, transmitido por núcleos de ensino instalados
nos cabos ou na sua zona de influência. E assim se foi estabelecendo, sobre os
demais, um caminho síntese, assinalado, em baixo, por forças telúricas e
demarcado, em cima, pelas estrelas.
Um
Caminho totalmente pagão que, muito mais tarde, a Igreja Católica triunfante,
constatando a impossibilidade de o destruir, cristianizou com o nome do
apóstolo Santiago.
***
A
Ibéria desempenhou, assim, um papel de charneira ou de ponte entre mundos, por
onde passou a luz da civilização, ou o brilho da consciência humana, de
Ocidente para Oriente, marcando o início da História. Ou de uma nova História.
Mas
naquele distante berço oriental persistiu a recordação de uma terra mágica, no
Ocidente, onde antes haviam chegado os primeiros mestres. E essa terra
tornou-se na meta sonhada para a qual, um dia, se dirigiriam, novamente, os
vivos e os mortos. Os vivos e os mortos porque o trajeto de volta ao Ocidente,
apesar de ser traçado na superfície da Terra, dizia, sobretudo, respeito às
almas, ou melhor, às chispas divinas ou mónadas que deveriam reencarnar ao
longo desse percurso, que assim se tornava essencialmente espiritual. Por isso,
a grande maioria dos túmulos egípcios e mesopotâmicos se encontram voltados
para o Ocidente.
O
eminente teósofo brasileiro Henrique José de Souza, em cuja obra se fundamenta a
atual Eubiose, dá o nome de Itinerário de
Osíris (ou IO) àquele percurso de consciência que imita o itinerário do Sol,
nascendo a Oriente e pondo-se a Ocidente.
Atualmente,
parece admissível que o ponto focal da consciência em marcha pelo referido Itinerário
se localize na Europa. Ora a Ibéria é a extremidade mais ocidental da Europa e,
portanto, de novo com um papel fundamental no processo: o mesmo papel de charneira
anterior, mas agora ao contrário, determinando a passagem da Europa para o
continente americano. Por isso, Henrique José de Souza afirma que na Ibéria se
encontra o “arquivo espiritual" da humanidade, constituindo a pauta por
onde se deverá reger esta nossa cultura ou civilização.
Para
ter acesso ao conteúdo desse Arquivo, como uma espécie de ADN civilizacional,
existem vários processos, ou caminhos que a ele conduzem. Um deles será,
seguramente, o Caminho de Santiago.
ELEVAÇÃO
Atravessando
a Ibéria como uma síntese do Itinerário maior de Osíris, ou do Sol, o Caminho (de
consciência) de Santiago poderá, assim, proporcionar uma recapitulação de todas
as etapas daquele outro Itinerário e lançar o peregrino para diante... Divide-se
em dois trajetos fundamentais: o primeiro, partindo de várias origens, leva à
catedral de Compostela, onde se encontra o suposto túmulo do Apóstolo Santiago
– é o caminho do encontro de cada um consigo mesmo e da consequente transformação.
O segundo, parte de Santiago e termina no cabo Finisterra – é o caminho da transcendência,
em que cada um, identificado consigo próprio e transformado pelo que
experimentou, se supera a si mesmo e avança, decididamente, para a metástase
com as estrelas.
Ali,
no cabo do fim do mundo, poderá surgir o impulso definitivo para a elevação
interior, lançando o peregrino ao encontro das estrelas da Via Láctea, que
sempre lhe serviram de teto... Mas no final da via Láctea, encontra-se a
constelação do Cruzeiro do Sul que se apresenta, assim, como o culminar
glorioso do Caminho das Estrelas e dos seus mistérios. Fecho e continuidade, em
simultâneo, ou um final que se funde num outro início, como um cais que tanto é
de chegadas como de partidas...
Ao
mencionarmos o Cruzeiro do Sul, teremos também que falar do hemisfério sul, onde
somente aquela constelação é visível, e do Brasil, onde Henrique José de Souza
diz que termina, igualmente, o Itinerário de Osíris. Por esse motivo acrescenta
Agostinho da Silva que "um companheiro deve Portugal ter no duro caminho
que terá que trilhar e esse companheiro se chama Brasil"...
Mas
ainda no que respeita à tradição do Caminho de Santiago, é fundamental
assinalar que os sapatos utilizados pelo peregrino para percorrer toda a
extensão do caminho, costumam ficar em Finisterra, onde, inclusive, existe um
forno próprio para os queimar.
Simplesmente,
porque, a partir daí, o caminho deixa de ser pelo chão...
PARTIR
Muitos
filósofos e guias espirituais, como Jiddu Krishnamurti, avisam que o coração do
homem moderno se encontra atrofiado e paralisado pelo pensamento que, ainda por
cima, não é dele ...
O
Caminho de Santiago poderá ser um meio eficaz de queimar todo esse pensamento a
mais que trazemos dentro de nós, juntamente com os sapatos. Desse modo, será
também o Caminho das Novas Descobertas, no sentido interno e
espiritual que lhe atribuía Fernando Pessoa. Por isso, quem caminha com esse
propósito terá o direito de reclamar para si o sentido da frase gloriosa dos
navegadores portugueses que partiam em busca de novos horizontes:
“Navegar é preciso! Viver não é preciso! ”.
Na
verdade, viver uma vida de doméstica escuridão, aprisionada às ideias e aos
objetivos que outros nos inculcaram, será viver? ... E, com a legítima obsessão
de sermos livres, não teremos caído na mais tenebrosa escravidão, permanecendo
encarcerados pela própria ideia de liberdade que nos foi servida?...
Decididamente, viver assim não é preciso! E essa constatação é redentora, fazendo-nos partir rumo à Finisterra das nossas vidas e ao encontro do sonho que nos diziam que não existia... Desse modo, poderemos retomar aquela frase dos descobridores de mundos expressa deste outro modo: “Viver não é preciso! O que é preciso é caminhar! ”
Decididamente, viver assim não é preciso! E essa constatação é redentora, fazendo-nos partir rumo à Finisterra das nossas vidas e ao encontro do sonho que nos diziam que não existia... Desse modo, poderemos retomar aquela frase dos descobridores de mundos expressa deste outro modo: “Viver não é preciso! O que é preciso é caminhar! ”
Caminhar
significa romper o status em que vivemos, terminando de vez com todos os
controles forâneos. Ao fazê-lo, estaremos, também, a honrar todos aqueles que,
como o galego Prisciliano, igualmente o ousaram romper. Tenhamos sempre
presente a sua pretensão de regressar à pureza dos ensinamentos de Jesus,
tomada como uma afronta pela Igreja nascente que o perseguiu, torturou e que
acabou por lhe cortar a cabeça.
No
nosso tempo, a ousadia de pretendermos chegar a uma transformação e superação
de nós mesmos, através do Caminho de Santiago, também nos deverá custar a
cabeça. Não às mãos do carrasco, mas às nossas próprias e com a espada de
Santiago, pois essa é a sua verdadeira e única função.
Isto é, se não tomarmos aquela espada e com
ela fizermos rolar as nossas cabeças, programadas por séculos de educação
judaico-cristã e formatadas pelo poder social controlador, não adianta
percorrer o Caminho, pois tudo será em vão. Recordemos:
Viver não é preciso! Caminhar é preciso!