Passaram-se milénios sobre milénios...
Os ventos do deserto sopraram eternidades na Mesopotâmia e arrancaram
folhas sem conta da História, que afundaram nas areias do esquecimento. Folhas
que falavam da Suméria e que rodopiaram em tempestades que atravessaram eras
sucessivas, acompanhando ciclos de construção e de destruição, acabando enterradas
naquele território que, mais tarde, veio a ser ocupado pelo Iraque.
E que assim permaneceram, por outras tantas épocas.
Sem memória.
Sem memória.
A Suméria havia sido varrida da
História e a sua existência e esplendor incomparável jaziam no subsolo do
deserto; sobretudo no deserto humano do mais completo desconhecimento.
Mas, subitamente, a roda da fortuna deu uma guinada surpreendente.
Ocorreu em1849, apenas há dois séculos atrás, quando
o arqueólogo britânico Austen Henry Layard e o seu colaborador assírio Hormuzd
Rassam empreendiam escavações na Mesopotâmia com o intuito de localizarem vestígios
babilónios e assírios; não buscavam traços da Suméria pois, naquele tempo,
ninguém suspeitava, sequer, da sua existência. Foi então que, num golpe de
incomensurável valor histórico, trouxeram à luz a chamada “Biblioteca de Nínive.”
Esta Biblioteca
pertencia ao palácio do rei Assurbanipal, que viveu no século 7 a. C., na
Assíria, e continha no seu acervo cerca de 22.000 placas de argila, contendo
textos em escrita cuneiforme sobre os mais diversos temas, desde a literatura,
com destaque para a célebre Epopeia de Gilgamesh,
à matemática, astrologia, medicina e religião, com inúmeros fragmentos do Enuma Elish, o mito da criação
babilónico, passando também pelo direito, pela geografia e por temas mais
comuns como a descrição de presságios, contratos, exorcismos, etc., etc.. Mas,
acima de tudo, os textos falavam de cidades totalmente desconhecidas até ali, evidenciando ao mundo a existência da Suméria.
Passada a euforia inicial por mais uma grande descoberta
arqueológica, que levou a rainha inglesa a conceder a Layard o título de “Sir”,
o entusiasmo foi tomando outros rumos, oscilando conforme as coordenadas
geográficas.
No ocidente, os líderes políticos, sociais e religiosos, quando se aperceberam do que poderia vir a público com a consciência da Suméria, trataram de esfriar o entusiasmo e de retirar visibilidade à descoberta de Layard...
No Iraque, poderá ter alimentado a corrente que, pelos anos 80 do século seguinte, levou o presidente Saddam Hussein a identificar-se com Nabucodonosor, o mais importante rei caldeu do império de Babilónia ao qual pertencia a Suméria e que, para além das suas conquistas, ficou conhecido pela construção dos jardins suspensos de Babilónia, uma das maravilhas do mundo antigo. Na sua esteira, Saddam procurou restabelecer em Bagdade o fausto e a opulência da antiga capital. O petróleo financiou o projeto. Mas para obter o poder que ambicionava, ainda se especula que o seu objetivo maior teria sido o de recuperar o conhecimento e a tecnologia da Suméria, através de artefactos e dispositivos que estariam enterrados no seu território.
No ocidente, os líderes políticos, sociais e religiosos, quando se aperceberam do que poderia vir a público com a consciência da Suméria, trataram de esfriar o entusiasmo e de retirar visibilidade à descoberta de Layard...
No Iraque, poderá ter alimentado a corrente que, pelos anos 80 do século seguinte, levou o presidente Saddam Hussein a identificar-se com Nabucodonosor, o mais importante rei caldeu do império de Babilónia ao qual pertencia a Suméria e que, para além das suas conquistas, ficou conhecido pela construção dos jardins suspensos de Babilónia, uma das maravilhas do mundo antigo. Na sua esteira, Saddam procurou restabelecer em Bagdade o fausto e a opulência da antiga capital. O petróleo financiou o projeto. Mas para obter o poder que ambicionava, ainda se especula que o seu objetivo maior teria sido o de recuperar o conhecimento e a tecnologia da Suméria, através de artefactos e dispositivos que estariam enterrados no seu território.
Acredito que a “guerra do
Golfo” em 1990 e a invasão do Iraque em 2003, por americanos e ingleses, terão tido como objetivo oculto impedir que
Saddam Hussein alcançasse ou viesse a utilizar aqueles segredos; assim como
também e, evidentemente, com o propósito de os resgatar e reservar para si
mesmos...
Definitivamente, não se
trata de explanar mais uma “teoria da conspiração”. Pelo que adiante se
explica, poderá entender-se que o seu valor deixa o do petróleo
a perder de vista.
***
“Ó
Suméria, grande terra entre as terras do universo,
Cheia
de luz constante, repartindo desde o nascer ao pôr do Sol as suas divinas leis
por (todo) o povo,
As
tuas divinas leis são exaltadas, intocáveis,
O
teu coração é profundo, insondável,
(...)
Os
Anunnaki, os grandes deuses,
Em
ti estabeleceram a sua residência,
Nos
teus amplos bosques consomem o (seu) alimento.
Ó
casa da Suméria, possam os teus estábulos ser muitos, que as tuas vacas se
multipliquem,
Que
sejam numerosos os teus redis, que as tuas ovelhas se contem por miríades,
......,
Possam
os teus templos sólidos erguer a mão ao Céu,
Possam,
no meio de ti, os Anunnaki decretar os destinos. “
Este poema, retirado das
placas sumérias e transcrito pelo ilustre linguista e sumerólogo Samuel Noah
Kramer,
intitula-se “ Enki e a Ordem do Mundo”. E como ele, milhares de outros textos do
mesmo teor levantavam de imediato grandes e perturbadoras questões...
De fato, quem era esse tal “Enki”,
personagem que irrompia do nada na História do mundo e que, no entanto, se
mostrava capaz de a abalar por completo? E quem eram os “Anunnaki”, seres aptos
“a decretar os destinos” e que eram mencionados como “os grandes deuses que em ti (na Suméria) estabeleceram a sua residência”? ...
A estas e muitas outras
perguntas a História não sabia de todo responder. Mas a resposta vinha
claramente inscrita nas placas e nos rolos cilíndricos descobertos, que poderiam, no
entanto, provocar um abanão brutal nas ordens estabelecidas, isto é, nos
poderes religiosos, políticos, sociais, económicos e
militares existentes na Terra...
E porquê?
militares existentes na Terra...
E porquê?
Muito simples: os textos referiam que um grupo de
“deuses” tinham descido do Céu à Terra e que, através de engenharia genética,
aplicada sobre os humanos primitivos de então, haviam criado o homo sapiens, com o qual conviveram na Suméria, até partirem, de novo, nas suas naves espaciais.
Parece o resumo de um filme de ficção científica, mas não
é. Na verdade, corresponde à síntese dos escritos descobertos e que descreviam pormenorizadamente a
realidade da Suméria naquele tempo.
Sublinhe-se que tal informação não advém de uma hipotética conjetura, nem deriva de uma "interpretação", mas sim da rigorosa tradução académico-científica dos textos. Por isso, mais uma vez assinalo que nada do que neles se relata tem a ver com as chamadas “teorias da conspiração”, delírios de ufólogos ou efabulações de espiritualistas, constituindo, antes, documentos históricos tão válidos como o célebre “Código de Hammurabi”, datado de 1750 a. C., e que aquele rei babilónico recebeu das mãos do deus Shamash, divindade do Sol que também era o deus da Justiça...
Sublinhe-se que tal informação não advém de uma hipotética conjetura, nem deriva de uma "interpretação", mas sim da rigorosa tradução académico-científica dos textos. Por isso, mais uma vez assinalo que nada do que neles se relata tem a ver com as chamadas “teorias da conspiração”, delírios de ufólogos ou efabulações de espiritualistas, constituindo, antes, documentos históricos tão válidos como o célebre “Código de Hammurabi”, datado de 1750 a. C., e que aquele rei babilónico recebeu das mãos do deus Shamash, divindade do Sol que também era o deus da Justiça...
Daí o enorme problema que se
levantava.
Ou seja, tal conhecimento, ao
ser explorado e profusamente difundido, arrasaria por completo os pilares políticos,
sociais e religiosos, sobretudo no ocidente; e para mais, sobre os escombros, poderia colocar no homem perigosas ideias de liberdade espiritual,
abominadas pelos poderes por detrás dos poderes que governam o mundo. Somente o
controle estritamente reservado dessa informação, permitiria a esses poderes
explorar, sem entraves, a possibilidade de aceder a tecnologias extraterrestres,
abrindo hipóteses extraordinárias no campo da ciência, nomeadamente na genética,
astrofísica, astronáutica e por aí fora..., o que concederia uma vantagem incomparável
aos seus detentores.
Daí, também, a luta pela sua
posse.
No entanto, sopram já no mundo ventos de
mudança, indicando que a humanidade não vai continuar por muito mais tempo a
ser pertença dos vários grupos de interesses que a exploram e que discutem,
entre si, o destino dos povos. O final desses grupos está, inelutavelmente, sentenciado e um novo
ciclo se aproxima.
E quem sabe se, uma vez
mais, com o impulso decisivo d’ “Aqueles que desceram do céu”?
***
Segundo os
linguistas, o termo “Anunnaki” significa, literalmente, “Aqueles que do Céu à
Terra vieram”. Note-se que a Bíblia, cujo primeiro livro, o “Génesis”, foi escrito
quase três milénios DEPOIS destes textos, refere-se àqueles seres como os “Anakim”,
que também denomina de “Nefilim”
e que, em hebreu, detêm o mesmo significado: "Aqueles que desceram do Céu
à Terra".
Uma das inúmeras
placas que versam esse tema, transcrita também pelo professor Samuel Noah
Kramer, dá-nos conta disso, com a indicação de que a “realeza” desceu do Céu
para a Terra e que na extensão da Suméria começou por fundar cinco cidades:
“Depois
de .... da realeza ter descido do Céu,
Depois de a tiara sublime e o trono da realeza
terem descido do Céu,
Ele aperfeiçoou os ritos e exaltou as leis
divinas.......,
Fundou as cinco cidades em .... lugares puros,
Chamou-as pelos seus nomes, distribuiu-as como
centros de culto. ”
E o texto continua com a
descrição das cidades, a primeira das quais foi Eridu, a mais meridional de
todas na Mesopotâmia, dedicada ao deus Enki e considerada como a primeira
cidade do mundo. Atualmente, encontram-se os seus vestígios na estação
arqueológica de Tell Abu Shahrein.
Zecharia Sitchin,
outro dos grandes investigadores da Suméria, relata assim este achado: “ as pás
encontraram-se com os alicerces do primeiro templo dedicado a Enki. Por baixo,
encontrava-se solo virgem. Nada se havia construído antes. A datação rondava o
ano 3800 a. C. Ali começou a civilização. Não somente foi a primeira civilização,
no sentido mais verdadeiro do termo, também foi a civilização mais vasta,
omni-abarcante e a mais avançada, em múltiplos aspetos, que as demais culturas
da antiguidade que a seguiram. Indiscutivelmente, foi a civilização sobre a
qual se baseia a nossa própria. Havendo começado a utilizar pedras como
ferramentas apenas uns 2.000.000 de anos antes, o Homem atingiu esta
civilização sem precedentes, na Suméria, por volta do ano 3.800 a.C., e o que
mais perplexidade causa de tudo isto é o fato que, até ao dia de hoje, os
peritos não tenham nem a mais remota ideia de quem foram os sumérios, de onde
vieram e de como e porque surgiu a sua civilização, pois a sua aparição foi repentina,
inesperada, tendo surgido do nada.
H. Frankfort (“Tell Uqair”)
classificou-a como “assombrosa”. Pierre Amiet (“Elam”) como “extraordinária”.
A. Parrot (“Sumer”) descreveu-a como “uma chama que se acendeu de repente”. Leo
Oppenheim (“Ancient Mesopotamia”) assinalou “o assombrosamente curto período de
tempo” em que surgiu esta civilização”. Joseph Campbell (“The Masks of God”)
resumiu-a deste modo: “De forma pasmosamente súbita... aparece neste pequeno
jardim de lodo sumério... a síndrome cultural que, desde então, constitui a
unidade germinal de todas as grandes civilizações do mundo."
A Mesopotâmia, onde outrora os peritos afirmam
que floresceu o Éden bíblico, prometia distribuir, à revelia dos poderes
estabelecidos, mais umas quantas e inesperadas maçãs da Árvore do Conhecimento....
Infelizmente, essa oferta não chegou, sequer, a ser considerada porque tem sido criteriosamente velada e retirada dos olhares do público pelos
poderes que governam o mundo.
Mas até quando poderão esses
poderes adiar o inevitável? Até quando poderão ocultar que a Suméria, há
6.000 anos atrás, se tornou, de fato, na primeira civilização do mundo,
sendo-lhe atribuídos os mais elevados índices de cultura e desenvolvimento, que
serviram de base a todas as demais civilizações e culturas da Terra? Até quando
poderão disfarçar que, mais de mil anos antes dos hebreus haverem escrito a
Bíblia e os gregos a Ilíada e a Odisseia, já os sumérios se compraziam com poemas
e relatos histórico-científicos notáveis, que gravaram em placas, prismas e
cilindros de argila? E, sobretudo, até quando poderão arredar do conhecimento
da humanidade as ocorrências e as vivências incontornáveis que essa escrita
testemunha?
Por muito que se tente contrariá-la, a grande e
esplendorosa Suméria continua a erguer-se do seu sono de milénios e, quando
despertar por completo, nenhum poder humano a poderá seguir ocultando.
Terá chegado, inexoravelmente, o tempo das Revelações.
2
- MEMÓRIA CURTA
Fazendo confundir a corrente da vida com a dos rios Tigre e Eufrates, que desaguam no Golfo Pérsico, a Mesopotâmia estende-se pela Caldeia, compreendendo a Baixa e a Média Mesopotâmia, até chegar à Assíria, que conforma a Alta Mesopotâmia. Atualmente, o seu território mais vasto é ocupado pelo Iraque e, na zona sul, um pequeno enclave, junto ao Golfo, constitui o Kuwait.
A Suméria foi a primeira
civilização a ocupar a zona fértil entre os rios, onde
especialistas em estudos bíblicos dizem que se situava o Jardim do Éden. Depois, os semitas sumérios foram absorvidos pelos seus
vizinhos, constituindo-se, então, o Império Acádio. Estava-se por volta do ano
2.350 a.C. e, mais tarde, em 1.792 a.C., foi a vez dos Babilónios, que ocupavam a
zona central da Mesopotâmia, se estenderem para sul, através da Acádia e da Suméria e para norte, incorporando a Assíria, para formarem o grande Império Babilónico. Governada por
grandes reis, como o caldeu Nabucodonosor, que fez de Babilónia uma cidade
verdadeiramente imperial, ou o assírio Assurbanipal, grande patrono das
ciências, a Mesopotâmia assombrou o mundo com os mais elevados índices de desenvolvimento
e civilização. Este Império, que durou até ao ano 539 a.C., acabou conquistado
pelos persas.
Em 331 a.C., a Babilónia
caiu nas mãos do macedónio Alexandre, que derrotou o rei persa Dario III, mas
que desenvolveu ainda mais aquela cidade imperial, tornando-a num
extraordinário ponto de encontro entre as culturas grega e oriental. Todo o
demais território mesopotâmico foi integrado no Império Selêucida.
Depois, por volta de 140
a.C., vieram os Partas (do Nordeste do atual Irão) e incorporaram a Mesopotâmia
no seu Império, seguidos pelos Romanos, que, em 117 a.C., sob o imperador
Trajano, fizeram daquele território mais uma Província de Roma.
Vencidos os romanos, o que
ocorreu já no século IV, a Mesopotâmia ficou repartida entre o Império Bizantino
e o Império Sassânida (dinastia persa), o que provocou uma divisão religiosa entre
a população. Depois de muitas e sucessivas lutas, sobretudo envolvendo
as três grandes famílias étnicas do mundo muçulmano – árabes, persas e turcos
–, a Mesopotâmia foi conquistada em 637 pelos árabes-muçulmanos, que venceram
os sassânidas, instalando a dinastia dos Omíadas que, no auge do seu poder,
chegou a governar o maior império muçulmano de sempre – da Península Ibérica às
portas da China.
Seguiu-se a dinastia dos
Abássidas, que fez de Bagdade a sua capital iniciando, em 762, uma verdadeira
idade do ouro, convertendo-a num dos maiores centros de ciência e cultura do
mundo. Naquele tempo, somente Constantinopla era mais conhecida.
Mas essa Bagdade de sonho, ao contrário das “Mil e Uma Noites” tinha os dias contados. Em 1258,
foi arrasada por um neto de Genghis Khan, à frente de hordas mongóis, que
repetiram o saque em 1401, sob o comando de Tamerlão. A Mesopotâmia ficou a
pertencer ao Império Mongol até ser conquistada pelo Império Otomano, em 1410,
e assim se manteve, ainda que com inúmeros conflitos pelo meio, até à primeira
guerra mundial (1914-1918). Nela alinhou ao lado da Tríplice Aliança,
constituída pela Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro, o que permitiu ao
Reino Unido enviar tropas para a região e, no final do conflito, ocupar quase
toda a Mesopotâmia.
Os ingleses designaram,
então, o rei Faiçal para governar o Iraque e a primeira companhia a explorar o
petróleo foi, evidentemente, a “Iraq Petroleum Company”, sediada em Londres. Ao
rebentar a Segunda Guerra (1939-1945) ainda lá estavam e, mal terminadas
aquelas hostilidades, logo iniciaram outras, com a reorganização arbitrária
daquela zona do Oriente Médio, devido à criação do estado de Israel.
Após a experiência
monárquica, foi estabelecida a República do Iraque, em 1958, seguida de uma
série infindável de golpes de estado e conluios de influências externas,
alternando ingleses, americanos e russos por sobre o infindável pano
de fundo do ódio entre sunitas, xiitas e curdos. A 15 de julho de 1979, o general
sunita Saddam Ussein al-Tikriti assumiu o poder, fazendo executar toda a
oposição e gaseando 5000 curdos em Halabja, no norte da Mesopotâmia.
Que longe se estava do
Jardim do Éden e da génese das civilizações do mundo!
***
Como escreve
Samuel Noah Kramer no seu livro “From the tablets of Sumer”, “ o próprio nome de Suméria
havia-se apagado da memória dos homens há mais de dois milénios. Terá sido
provavelmente perto do final do quarto milénio a. C., há uns cinco mil anos,
que os Sumérios tiveram a ideia de escrever sobre argila. Durante os séculos
seguintes, os escribas e os letrados sumérios modificaram e aperfeiçoaram
gradualmente a técnica da escrita. Terá sido cerca do terceiro milénio a. C.
que escreveram sobre placas, prismas e cilindros de argila, um grande número
das suas criações literárias, até então apenas divulgadas pela tradição oral.
Foram datadas do segundo milénio a. C. um conjunto de vários milhares de placas
e de fragmentos com inscrições de obras literárias sumérias. A maior parte foi
exumada entre 1889 e 1900, em Nippur, uma antiga povoação distando umas dezenas
de quilômetros da atual Bagdade, capital do Iraque. Estas placas encontram-se
depositadas, na sua maior parte, no University Museum de Filadélfia e no Museu
da Antiguidade oriental de Istambul. A maior parte das outras placas e
fragmentos foram adquiridas por intermédio de traficantes e de escavadores
clandestinos e não em escavações oficiais; atualmente, encontram-se quase todas
nas coleções do British Museum, do Museu do Louvre, do Museu de Berlim e da
Universidade de Yale. ”
Desde que foi
redescoberta a Suméria, inúmeros investigadores procuraram traduzir a escrita
cuneiforme gravada nas placas e contribuir para um melhor e mais completo
entendimento daquela que, afinal, foi a mãe de todas as civilizações. Para além
do já referido Samuel Noah Kramer, professor de assiriologia da Universidade da
Pensilvânia, nos EUA, poderão referir-se outros nomes ilustres, como o de Arno
Poebel, a quem Kramer dedica o seu livro e com quem trabalhou no Dicionário
Assírio do Oriental Institute, bem como Anton Deimel, investigador do Vaticano
e autor do “Schumerisches Lexicon”, Edward Chiera, Thorkild Jacobsen e muitos
outros.
Todos esses
grandes eruditos sumerólogos representam a versão académica da questão, e as
suas publicações, dirigidas a um público qualificado, são, forçosamente, de
âmbito restrito. Mas para além da tentativa de Kramer com o já citado livro “A
História começa na Suméria”, que obteve um razoável êxito, quem procurou romper
aquele círculo e levar ao grande público a notícia da descoberta de uma outra
História, foi Zecharia Sitchin, com as suas polémicas “Crónicas da Terra”. Acusado de inúmeras imperfeições e erros nas
suas obras teve, no entanto, o mérito e a coragem de as apresentar como uma
visão dinâmica de conjunto, que estilhaçou o imobilismo museológico e pôs “tudo
a mexer”, como num filme, através de uma sucessão de livros que eram outros tantos quadros vivos e que constituem, de
fato, o esboço de uma História alternativa da Humanidade.
Refira-se que a
visão de Sitchin coincide com aquela que nos é transmitida pelas traduções
académicas, no que respeita às questões essenciais referidas: presença de
“deuses” na Terra, ou de seres vindos do espaço, com um grau de civilização
muitíssimo mais avançado e que criaram o Homem adâmico de maneira inexplicável para
a ciência e a historiografia oficial. Refira-se ainda que a designação de
Nibiru como o suposto planeta de onde provieram os Anunnaki (que alguns autores
dizem ser Vénus e outros Júpiter), também é referida em textos babilónicos com,
pelo menos, 3.000 anos de idade. E que muitos outros textos e representações artísticas,
ainda mais antigas, não só confirmam como assinalam, detalhadamente, um prodigioso
“caminho das estrelas” percorrido pelos “deuses” na sua jornada para a Terra...
De fato, Sitchin evidencia que “ centenas ou
milhares dos textos e ilustrações encontrados tinham a ver com a astronomia.
Entre eles há listas de estrelas e constelações com a sua localização correta,
e manuais para observar a saída e o ocaso de estrelas e planetas. Há textos que
fazem uma relação dos planetas que orbitam o Sol na sua ordem correta e,
inclusive, um desses textos dá as distâncias entre os planetas. E há
ilustrações que detêm pelo menos 4.500 anos de antiguidade que representam o
Sistema Solar completo, em cujo centro se encontra o Sol (não a Terra),
orbitado por todos os planetas que conhecemos na atualidade, com os seus
tamanhos relativos e a sua ordem correta. ”
Também é muito
esclarecedor o fato dos textos Sumérios indicarem a Terra como o sétimo planeta,
quando a contagem tradicional, a partir do Sol, a indica como sendo o terceiro.
Mas, simplesmente, a ordem suméria, apoiada nos conhecimentos transmitidos
pelos Anunnaki, inicia-se de FORA para dentro, isto é, de quem vem do espaço
exterior e entra no Sistema Solar; e, nessa enumeração, a Terra é, de fato, o
sétimo planeta...
Ou seja, polémicas
à parte, existe a prova factual e indiscutível de que muitas das grandes
descobertas astronómicas de hoje já eram conhecidas no tempo dos sumérios...
Por isso
assinala Sitchin: “ será possível que a humanidade tivesse saído das épocas
obscuras e da Idade Média, que chegasse ao Iluminismo e passasse a Revolução
Industrial, que tivesse entrado na era da alta tecnologia, da engenharia
genética e dos voos espaciais, simplesmente para se colocar à altura, em termos
de conhecimento, do homem da antiguidade? ”...
Os livros de
Zecharia Sitchin obtiveram um êxito estrondoso em inúmeros países, mas, ainda
assim, correspondem apenas a uma gota de água a cair no solo do deserto. Mas quem sabe
o que essa gota, sistematicamente a irrigar a terra, poderá ainda originar? ....
Compreende-se que os poderes ameaçados não deixassem ao acaso uma questão
tão explosiva.
Então como
resolveram (mesmo que provisoriamente) o problema?
Muito
simplesmente, escamoteando e manipulando; ou seja, por um lado, afastando dos
“media” as notícias e desmontando a importância das que não foram filtradas,
com técnicas de desinformação, acrescentando-lhes mesmo a troça e a galhofa;
por outro lado, utilizando a peculiar aridez académica para transmitir o
resultado das pesquisas e respetivas traduções, que somente vieram
a lume na segunda década do séc. XX e sempre com a mais estrita sobriedade
noticiosa.
A Suméria foi,
assim, afastada (pelo menos, durante mais um período indeterminado de tempo) da consciência da humanidade.
Refira-se que naquele mesmo território iraquiano onde ela floresceu, o
mundo civilizado ficou profundamente chocado com as imagens televisivas do
saque do Museu Nacional, por facínoras, dias depois da queda de Saddam Hussein. E
ficou igualmente chocado com a destruição deliberada de muitos monumentos
considerados como Património da Humanidade, no mesmo Iraque, na Síria e noutros
pontos do Oriente, levadas a cabo pelo fanatismo religioso, impregnado de
ignorância e malvadez. No
entanto, praticamente ninguém reagiu ao fato dos poderes que nos governam
haverem manipulado a descoberta, assente em sólidas provas
documentais, de uma nova e completa história da origem humana, assim como o
registo da presença de vida inteligente em outras partes do sistema solar e da
sua interação com o homem....
Não constituirá esse fato de “lesa
consciência” o pior de todos os crimes contra a Humanidade?
3 - CRIAÇÃO VERSUS EVOLUÇÃO
Durante os
primeiros dezoito séculos da história cristã, e com algumas extensões radicais
à atualidade, a Igreja teimava que a Terra detinha 6.000 anos de idade e que
havia sido criada em seis dias, tal como, literalmente, relata o livro do
Génesis. No entanto, a Ciência calcula que a idade da Terra seja, aproximadamente, em 4,56 bilhões de anos.... Uma diferença inconciliável,
brutal e avassaladora!
A teoria da
Igreja baseava-se na soma das genealogias descritas no Génesis, calculando para
trás, a partir de Abraão. Tal contagem conduzia àquele número peculiar que concorda,
também, com os mais ou menos 5.700 anos do calendário judaico. Teria sido, então, no início dessa tabela,
que um Ser único e absoluto, a que chama de Deus e também de Yahveh ou Jeová,
criara o Universo em seis dias, descansando no sétimo. Assinale-se que, conforme
o texto bíblico, foi no sexto dia que Deus criou os animais e que, por fim, fez
o homem e a mulher à sua semelhança.
Essa crença de
que a vida, a Terra e o universo resultaram da criação de um agente
sobrenatural, ou Deus, é onde assenta a teoria do “Criacionismo”, tão cara à
Igreja Católica Romana. Esta teoria, no seu todo, começou a ser seriamente
posta em causa pelos avanços da ciência, quando, em 1788, alguns destacados
geólogos chegaram à conclusão de que a Terra detinha uma antiguidade muito
superior à mencionada pela crença religiosa.
Mas o mais explosivo da questão sucedeu em 1859, quando o cientista-naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809 – 1882), na sequência de estudos anteriores sobre o conceito de evolução que, inclusive, remontam a eruditos gregos do século IV a. C., publicou as suas próprias conclusões de que todos os seres vivos, incluindo o Homem, eram produto da evolução. O seu livro, intitulado “ Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”, comumente conhecido apenas como “A Origem das Espécies”, constituiu nada menos do que uma bomba devastadora sobre as teorias criacionistas, tornando-se na nova “bíblia” do Evolucionismo.
Mas o mais explosivo da questão sucedeu em 1859, quando o cientista-naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809 – 1882), na sequência de estudos anteriores sobre o conceito de evolução que, inclusive, remontam a eruditos gregos do século IV a. C., publicou as suas próprias conclusões de que todos os seres vivos, incluindo o Homem, eram produto da evolução. O seu livro, intitulado “ Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”, comumente conhecido apenas como “A Origem das Espécies”, constituiu nada menos do que uma bomba devastadora sobre as teorias criacionistas, tornando-se na nova “bíblia” do Evolucionismo.
Esta outra
teoria defende, portanto, que a sobrevivência das espécies se encontra
relacionada com a seleção natural, de acordo com o meio ambiente, e que
resulta das mudanças, mais ou menos lentas, ocorridas ao longo dos tempos
geológicos.
A reação da
Igreja não podia deixar de ser, como foi, extremamente violenta. Mas à medida
que a ciência avançava, confirmando e desenvolvendo fatos relativos à
verdadeira idade da Terra, bem como à genética, à biologia e à antropologia, as
críticas religiosas íam emudecendo e surgiam as primeiras vozes, dentro da
Igreja, tentando conciliar os textos bíblicos com a teoria da Evolução. Foi o
caso do teólogo jesuíta Teilhard de Chardin, que morreu em 1955 sem conseguir
demonstrar uma visão integradora entre a ciência e a teologia, pois os seus
esforços acabaram mal recebidos por ambas as partes. Pelo lado da Igreja, foi proibido de lecionar e de publicar as suas obras, sendo
enviado para um exílio disfarçado na China. Postumamente, a sua memória foi
reabilitada pelos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco, um outro jesuíta,
que, inclusive, afirmou que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas
de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo.
Talvez um dia
surja um reconhecimento semelhante em relação com os segredos da Suméria....
Não somente por parte da Igreja, mas de quem torna oficial a História da
Humanidade.
***
A verdade documentada é que, por volta do ano
4.000 a.C., se produziu na Suméria um repentino e acentuado avanço cultural e
civilizacional, acompanhado por uma inacreditável revolução técnica, que
adiantou a sociedade local em milhares de anos face ao processo natural de
desenvolvimento.
Se atendermos às
condicionantes deste processo natural, ligado às teorias evolucionistas de
Darwin, poderemos constatar que o homem demorou cerca de um milhão de anos para
perceber que podia fragmentar e afiar as pedras; que foram precisos mais
quinhentos mil anos para que as transformasse, deliberadamente, em instrumentos
de trabalho, e outros cinquenta mil para que descobrisse a metalurgia e os
rudimentos da agricultura. Isto prova que as conquistas que marcaram a evolução
do homem foram sempre muito lentas e difíceis e que nessa lentidão, própria de
cada passo, decorreram ciclos inteiros pré-históricos. Mas, de súbito, dá-se um
salto prodigioso na evolução, com o surgimento, aparentemente espontâneo, do Homo sapiens.
Inexplicavelmente
para as leis observadas pelo processo natural, terá ocorrido algo misterioso
que rompeu esse processo, deixando os historiadores estupefatos e os
darwinistas perdidos.
Segundo a
evolução natural, o homem de hoje teria forçosamente que ser o que ainda são
algumas tribos de África e da Austrália e a sua elite civilizacional estaria,
ainda, a uma larguíssima distância da mais elementar compreensão da matemática…
Mas o que quer que tenha provocado aquele salto, permitiu que o homem, apenas 6.000
anos passados, se lançasse na conquista do espaço! ...
O que terá
quebrado a cadeia natural e se encontra por detrás de tudo isto? Seja ou não
oficialmente admissível, os textos inscritos nas placas de argila sumérias respondem a
esta questão.
Como explica
Zecharia Sitchin, “o hominídeo do gene Homo
é um produto da evolução, mas o Homo sapiens
é o produto de um acontecimento repentino e revolucionário. Surgiu
inexplicavelmente há cerca de 300.000 anos, alguns milhões de anos antes da sua
época provável.
Os peritos não encontram explicação para isso,
mas nós sim. Os textos sumérios e babilónicos também a têm, assim como o Antigo
Testamento. O Homo sapiens, o homem
moderno, foi criado pelos antigos deuses. (...)
Os Nefilim não
criaram os mamíferos, nem os primatas, nem os hominídeos. “O Adão” da Bíblia
não era do gene Homo, mas do ser que
é o nosso antepassado, o primeiro Homo sapiens.
O que os Nefilim criaram foi o homem moderno, tal como o conhecemos.
A chave para
compreender este fato crucial encontra-se no relato do episódio em que
despertam a Enki para o informar que os deuses haviam decidido formar um adamu
e que a sua tarefa consistia em encontrar os meios necessários, ao que respondeu
Enki:
«A criatura cujo nome proferiram EXISTE! »
E acrescenta:
“Apliquem sobre ela” – sobre a criatura já
existente – “a imagem dos deuses”.
Neste relato se encontra a resposta cabal para o enigma: os Nefilim não “criaram” o Homem do nada, pelo
contrário, tomaram uma criatura já existente e manipularam-na, para “aplicar
sobre ela” a “imagem dos deuses”.
Nesta questão
fundamental, Zecharia Sitchin não está só. De fato, o categorizado académico Samuel
Noah Kramer descreve assim a mesma cena, retirada de uma composição suméria que
narra a criação do homem: “O poema começa por considerações relativas às
dificuldades dos deuses na procura de alimentos, especialmente depois de terem
surgido as divindades femininas. Os deuses lamentam-se, mas o deus da água,
Enki – que teria podido vir em seu auxílio, visto que é o deus da sabedoria -,
está deitado e dorme tão profundamente que não os ouve. A sua mãe, o mar
primordial, “mãe de todos os deuses”, leva as lágrimas deles à presença de Enki
e diz-lhe:
“Ó meu filho, levanta-te da tua cama, do teu... faz o que é sábio.
Modela servos dos deuses, possam eles produzir os seus duplos (?). ”
Enki reflete,
toma a chefia da legião dos “bons e
magníficos modeladores” e diz a sua mãe, Nammu, o mar primordial:
“Ó minha mãe, a criatura cujo nome tu pronunciaste, existe,
Ata-lhe a imagem dos deuses;
Mistura o coração da argila que há sobre o abismo,
Os bons e magníficos modeladores hão-de amassar a argila,
Tu trarás os membros à existência;
Ninmah (a deusa-mãe da Terra) trabalhará sobre ti,
As deusas (de nascimento) .... permanecerão junto de ti enquanto modelares;
Ó minha mãe, decreta o seu (do recém-nascido) destino,
Ninmah atar-lhe-á a imagem (?) dos deuses,
É o homem ....”
Refira-se que, inicialmente,
e tal como foi referido por Noah Kramer, o propósito dos Anunnaki seria o de
formar trabalhadores capazes de os servir. Este insuspeito académico americano
defende que os sumérios “ estavam firmemente persuadidos de que o ser humano
era moldado em argila e fora criado com um único propósito: servir os deuses,
fornecendo-lhes o alimento, a bebida e habitações, de modo que eles pudessem
dedicar-se em inteira paz às suas atividades divinas. ”
Também Sitchin
refere que “todos os textos sumérios indicam que os deuses criaram o homem para
fazer o trabalho que era deles”. Este autor defende que a sua própria leitura
dos textos o levou a conjeturar (e agora, sim, são conjeturas) que os Anunnaki
vieram à terra em busca de ouro para corrigir uma crise atmosférica no seu planeta de origem. Teria sido esse trabalho mais duro de mineração que os levou a
amotinar-se e a exigir uma outra mão de obra. Seja como for, na “Epopeia da
Criação”
babilónica encontram-se estas palavras proferidas por Marduk:
“Eu produzirei um primitivo inferior;
“Homem” será seu nome.
Eu criarei um
trabalhador primitivo;
Ele será
encarregado do serviço dos deuses,
Para que estes
possam ter seu descanso. ”
Então, prossegue
Sitchin: “Os próprios termos pelos quais os sumérios e acádios chamavam o
“homem” revela-nos seu status e
finalidade: ele era um lulu (“primitivo”),
um lulu amelu (“ trabalhador
primitivo”), um awilum (“labutador”).
Esta ideia de o homem haver sido criado para ser um servo dos deuses não chocou
em nada os povos antigos. Nos tempos bíblicos, a deidade era “senhor”,
“soberano”, “rei”, “governante”, “dono”. O termo habitualmente traduzido como
“adoração” era, de fato, avod (“trabalho”).
O homem antigo e bíblico não “adorava” seu deus – trabalhava para ele.
Mal a divindade
bíblica, tal como os deuses dos relatos sumérios, acabara de criar o homem,
logo essa mesma divindade plantou um jardim e designou o homem para ali
trabalhar:
“E Yahveh Deus tomou o homem
E colocou-o no Jardim do Éden
Para que o arasse e cuidasse.
”
Mais adiante, a
Bíblia descreve a Deidade “passeando no jardim à hora da brisa” agora que o novo ser criado
estava lá para velar pelo Jardim do Éden. A que distância está esta versão dos
já citados textos sumérios que descrevem como os deuses exigiam trabalhadores
para que eles pudessem descansar e distrair-se?
Nas versões
sumérias, a decisão de criar o homem foi adotada pelos deuses em assembleia.
Significativamente, o livro do Génesis, que pressupostamente exalta as
realizações de uma única deidade, usa o plural Elohim (literalmente,
“deidades”) para denotar “deus”, e relata uma espantosa observação:
“E Elohim disse:
Façamos o homem à nossa imagem,
Façamos o homem à nossa imagem,
E semelhança”.
A quem se
endereçava a única, mas plural deidade e quem eram os “nós” a cuja imagem
plural o homem iria ser feito? O livro do Génesis não nos fornece a resposta.
Depois, quando Adão e Eva comeram o fruto da Árvore da Sabedoria, Elohim emitiu
um aviso aos mesmos companheiros anónimos: “Observem, o homem tornou-se um de
nós, conhecedor do bem e do mal. ”
Portanto,
conclui Zecharia Sitchin, “o Homem é o produto da evolução; mas o Homem
moderno, Homo sapiens, é o produto dos
“deuses”, uma vez que há cerca de 300.000 anos, os Nefilim tomaram um
homem-macaco (Homo erectus) e nele
implantaram a sua própria imagem e semelhança.
Não existe
conflito algum entre a evolução e os relatos da criação do Homem do Oriente
Médio. Muito pelo contrário, ambos se explicam e se completam mutuamente. Porque,
sem a criatividade dos Nefilim, o homem moderno ainda estaria a milhões de anos
de distância da sua posição atual na árvore da evolução. ”
Uma justificação
assaz surpreendente mas que explica, por completo, a questão do “elo perdido”, e que agora reclama ser devidamente corrigida na História da Humanidade.
4 - A SERPENTE DO ÉDEN
A criação do Homem como Trabalhador ao serviço dos deuses terá sucedido no País das Minas onde, naquela altura, se encontrava Enki e que se situa no continente africano. Mas depressa Enlil, que habitava na Suméria, o reclamou também para os seus domínios. Por isso o livro do Génesis afirma que “ o Adão” foi levado ao oriente, isto é, à Mesopotâmia, para trabalhar do Jardim do Éden.
Sitchin assinala
que depois de Enki e a deusa Mãe Ninhursag terem conseguido um protótipo humano
mais adequado, ter-se-ão iniciado técnicas de produção em massa, com a “implantação
de óvulos geneticamente tratados numa linha de “deusas do nascimento”,
conhecendo-se, antecipadamente, que metade engendraria varões e a outra metade
fêmeas. Tais relatos, não só descrevem o processo como o Homem foi
“manufaturado”, como sugerem que aquele mesmo Homem não pudesse ainda procriar
por si mesmo. ” No entanto, os relatos sumérios acrescentam que, num momento
posterior, Enki terá conseguido aperfeiçoar o Trabalhador Primitivo e criado,
finalmente, o Homo sapiens, “o Adão” completo
e verdadeiro e que, a partir daí, teria a sua própria descendência.
O Génesis
descreve o Jardim do Éden como o lugar onde sucedeu o episódio que os
estudiosos bíblicos e os teólogos classificam como a primeira Queda do Homem: Adão e Eva, estavam
autorizados a alimentar-se e a usufruir de tudo que havia no Jardim, mas não podiam tocar no Fruto da Árvore do Conhecimento. No entanto,
apesar de se tratar de uma única excepção, não conseguiram respeitá-la e
ocorreu a tragédia...
Ao justificar-se perante Yahveh Deus, o homem culpa a
mulher e ela
atribui a responsabilidade a uma misteriosa “serpente”
que a havia
seduzido, ao
dizer-lhe que podia comer do Fruto pois “de nenhuma maneira morreriam. Deus sabia
muito bem que, no dia em que o comessem, se lhes abririam os olhos e seriam
como deuses, conhecedores do bem e do mal. ”
Sitchin explica que “a palavra bíblica para “serpente” é
“NAHASH”. Mas esta palavra provém da raiz NHSH que significa “decifrar”,
“descobrir”; de modo que “nahash” também pode significar “aquele que pode
decifrar” ou “o que faz descobrir coisas”, um epiteto correspondente a Enki, o
cientista chefe, o Deus do Conhecimento dos Nefilim. ” E acrescenta que Enki “emerge nos textos, por regra geral, como o protagonista da
Humanidade, enquanto Enlil é quem impõe a disciplina aos novos seres, quando
não se converte no seu claro antagonista. ”
Os textos sumérios também
referem que, em algum outro momento, Enki e Ninharsag aperfeiçoaram a sua criação e não
mais permitiram que ela continuasse escrava. Utilizando o seu próprio material
genético, influíram decisivamente na “argila” inicial, isto é, no ADN do ser
humano primitivo, criando um modelo perfeito de Homem, a que chamaram “Adapa”.
Tal terá sucedido em Eridú, a primeira cidade da Suméria e domínio exclusivo de
Enki, pois os textos relatam que Adapa ali frequentava, diariamente, o
santuário, chegando a ser nomeado Sumo Sacerdote, pois seu pai o havia dotado
“com um amplo entendimento, revelando todos os projetos da Terra”. Acrescentam
os textos que Adapa foi apelidado de NUN.ME, ou “Aquele que decifrou os ME”, as
Tábuas do Destino...
Terá sido essa uma versão
posterior do Jardim do Éden?
É claro que Enlil se sentiu ainda mais ameaçado com o surgimento de Adapa e os registos sumérios referem
a sua fúria com Enki, por haver dotado com o dom do conhecimento uma raça
escrava.
Também o “Enuma Elish” sul
americano, ou seja, o “Popol Vuh”,
considerado também como a “Bíblia Maia” e que descreve,à sua maneira, o mesmo mito da
criação, relata deste modo a inquietação dos progenitores do homem:
“Não é bom que as nossas criaturas devam saber
disso. Por acaso devem elas ser como nós, seus criadores, que podemos conhecer
tudo e tudo vemos? Devem elas ser deuses? ”
Foi Enlil quem expulsou “Adão e Eva” do “Paraíso”,
dizendo para os outros deuses: “eis o homem que se tornou como um de nós,
conhecedor do bem e do mal! Agora, cuidado, não se estenda a sua mão e prove
também da Árvore da Vida, e comendo dela viva para sempre. ” São palavras do Génesis, que continua assim: “ E
Yhaveh Deus o baniu do jardim do Éden, para que lavrasse o solo de onde havia
sido tomado. E havendo expulsado o homem, colocou querubins diante do jardim do
Éden, com a chama vibrante da espada, para guardar o caminho da Árvore da Vida.
”
O Adão bíblico, graças a Enki, havia conseguido “ser como
deus, conhecedor do bem e do mal”, mas havia fracassado em conseguir de
imediato a vida eterna, outro atributo dos deuses, pois fora-lhe vedado o
acesso à arvore da vida. Teria, então, que buscar o caminho de um outro modo,
pelo seu próprio esforço. Mas, obviamente, com a ajuda velada de uma
determinada “serpente”, ao qual estava e continua associado...
Acrescente-se que o simbolismo em causa, para além das
tradicionais associações à sabedoria e à alma, tem tudo a ver com a informação
genética de um indivíduo ou ser vivo, isto é, com o ADN, cuja estrutura em
dupla hélice se assemelha com duas serpentes entrelaçadas.
O deus Enki ficou conhecido como “A Serpente” porque ofereceu ao Homem o "Fruto do Conhecimento"; isto é, envolveu-se geneticamente com o ser humano e ofertou-lhe os segredos do seu próprio ADN divino.
O deus Enki ficou conhecido como “A Serpente” porque ofereceu ao Homem o "Fruto do Conhecimento"; isto é, envolveu-se geneticamente com o ser humano e ofertou-lhe os segredos do seu próprio ADN divino.
5 - ÁGUAS TURVAS
Não se sabe quando nem porquê, mas as tábuas sumérias revelam que, em determinado momento, foi permitido aos seres humanos regressar do exílio a que haviam sido condenados e regressar à Mesopotâmia, para viver junto dos deuses. Segundo alguns estudiosos, tal terá ocorrido no tempo de Enós ou Enosh, filho de Set e neto de Adão. Sabendo, pelo livro do Génesis, que Adão viveu 930 anos e Set 912, mas que gerou Enós quando tinha 105 anos, podemos calcular que o regresso à Mesopotâmia poderá ter sucedido, mais ou menos, um milénio depois do desterro.
Como se não
chegasse a informação bombástica sobre a convivência de deuses e homens na
Terra, os relatos sumérios vieram também a revelar-se como fontes de livros
sagrados, como o já tão citado Génesis do Antigo Testamento e muitos outros da
tradição judaico-cristã-muçulmana, mas com um problema acrescentado: não só ampliavam e completavam a informação
neles contida como, em inúmeras passagens (como se viu nos relatos sobre a
formação do Homem), se mostravam diferentes da escritura canónica aprovada.
A este
propósito, escreveu Laurence Gardner no seu livro “A Estirpe do Santo Graal”:
“Os relatos históricos eram familiares, e os personagens e os lugares
facilmente reconhecíveis como protótipos integrantes do Antigo Testamento, mas
os diversos conteúdos eram tão diferentes da escritura aprovada que a sociedade
doutrinada e as autoridades que a governavam se sentiram imediatamente ameaçadas. ”
E com razão!
Suponho que a estupefação deve
ter sido a mesma que sentiram os profetas Daniel,
Ezequiel
e Jeremias,
que se encontravam entre os judeus prisioneiros de Nabucodonosor, em Babilónia,
ao descobrir que os seus carcereiros possuíam escrituras antigas que explicavam detalhadamente o seu passado judaico, incluindo a génese de Adão...
De fato, os peritos em estudos
bíblicos afirmam que foi precisamente durante o cativeiro da Babilónia que
foram redigidos os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco,
que os judeus chamam de Torá, e que tradicionalmente são atribuídos a Moisés. Sabe-se, agora, que foram todos eles baseados nos escritos sumérios a que os
judeus ali tiveram acesso.
Um outro exemplo da incómoda
similitude que levou à “discrepância concordante” entre as Escrituras foi uma
descrição do Dilúvio, onde o até aí desconhecido rei sumério Ziusudra, descrito
como piedoso e temente aos deuses, correspondia indubitavelmente à figura bem
conhecida de Noé, uns bons milénios antes de ser escrita a Bíblia!
No episódio em questão,
Ziusudra encontra-se junto de uma muralha quando uma voz divina lhe anuncia que
a assembleia dos deuses decidiu provocar um dilúvio e “ destruir a semente do
género humano”. É o deus Enki, que discordara da resolução da assembleia, quem
avisa, em segredo, a Ziusudra e o faz construir uma enorme barca ou arca.
Vejamos alguns excertos do
poema sumério, transcritos pelo professor Arno Poebel:
“ Então Ziusudra, o rei, o pashishu de ....
Construiu um gigantesco .... ;
Humildemente, obediente, reverentemente, ele
....
Diariamente ocupado, constantemente ele ....
Produzindo toas as espécies de sonhos, ele
....
Invocando o Céu e a Terra, ele ...,
.... os deuses uma muralha ....,
Ziusudra, de pé a seu lado,
escutava.
“Permanece junto à muralha à
minha esquerda ....,
Junto da muralha eu
dir-te-ei uma palavra, escuta a minha palavra,
Ouve as minhas instruções:
Por nosso... um dilúvio
varrerá os centros do culto;
Destruir a semente da
humanidade ....
É a decisão, a palavra da
assembleia dos deuses.
Por ordem emitida por An e
Enlil ....
A sua realeza, a sua lei
(ser-lhes-á posto fim). ”
“Todos os vendavais, muitíssimo
poderosos, atacaram em conjunto,
Ao mesmo tempo o Dilúvio
assolou os centros do culto.
Depois de, durante sete dias
e sete noites,
O Dilúvio ter assolado a
Terra
E o grande barco ter sido
sacudido pelos vendavais sobre as águas imensas,
Utu, aquele que espalha a
luz no Céu e na Terra, surgiu,
Ziusudra abriu uma janela do
grande barco,
O herói Utu introduziu os
seus raios dentro do gigantesco barco.
Ziusudra, o rei,
Prosternou-se perante Utu,
O rei mata um boi, abate um
carneiro. ”
“Ziusudra, o rei,
Prosternou-se perante An e
Enlil.
An e Enlil trataram Ziusudra
com ternura,
Vida como a um deus lhe
deram;
Respiração eterna como a um
deus lhe ofereceram.
Então, a Ziusudra, o rei,
O preservador do nome da
vegetação e da semente da humanidade,
Na terra da encruzilhada, a
terra de Dilmun, o lugar onde o Sol nasce, fizeram-no morar. “
Claro que as semelhanças com
o Dilúvio bíblico, que deste original foi decalcado, são por demais evidentes.
Mas o que dizer dos deuses que o determinaram e que, no final, acabaram por
perdoar a Ziusudra e à humanidade?
E, mais uma vez, como explicar
a presença desses deuses na Terra?...
Foram estas e
outras questões fizeram saltar os alarmes dos poderes religiosos e políticos,
seus aliados, e que tudo fizeram para manter esta
informação longe da sociedade por eles controlada. Mas a verdade é que nem
sequer foi necessário um grande esforço, pois a sociedade preferiu manter-se
sob a segurança de uma descrição histórico-religiosa conhecida, em vez de
encarar factos que poderiam fazer ruir os pilares onde ela, comodamente, se
apoiava...
Resultado: o
dogma não só sobreviveu como acabou por se impor a toda a evidência documental,
e aquela versão "oficial" da origem do homem, “religiosa-social e politicamente
correta”, continuou, inalterável e placidamente, a ensinar-se nas igrejas, escolas e
universidades.
E assim
prossegue.
No entanto... “E pur si muove! ”, como disse Galileu ao ser
forçado pela Inquisição a desdizer a teoria heliocêntrica.
6 – O APOGEU E O OCASO DOS DEUSES
Houve um estremecimento ao crepúsculo e o homem subiu a bordo do barco.
Esse homem era o
Noé descrito pela “Bíblia” (o rei sumério Ziusudra ou o
Utnapishtim babilónico, segundo a “Epopeia de Gilgamesh”), e o estremecimento
era o sinal que lhe havia sido comunicado por Enki de que o dilúvio estava
prestes a começar.
Todos sabemos o
que aconteceu depois e, se foi uma tragédia colossal para a humanidade, também punha em
causa um esforço de 120 shar’s,
isto é, de 432.000 anos, desde que os deuses haviam chegado à Terra. Felizmente
para ambas as partes, e apesar da extinção do homem haver sido desejada por
Enlil, a história da vida humana neste planeta azul pôde prosseguir,
restabelecendo-se uma nova aliança com a divindade.
O dilúvio era inevitável, provocado por uma série de fatores naturais que se desencadearam após um
período de aquecimento global, iniciando uma idade do gelo ao longo de milhares
de anos. Foi a causa da desaparição do Homem de Neandertal da Europa, ficando ainda
o Homem do Cro-Magnon, estabelecido no Médio Oriente. Mesmo assim, segundo o “Génesis”,
Yahveh foi peremptório: “ Vou
exterminar da face da Terra o homem que criei. ”
Para o cumprimento dessa sentença seriam suficientes as dramáticas condições naturais em contínuo agravamento, mas a essa "bomba-relógio" foi ainda ainda acrescentado o tremendo choque eletromagnético desencadeado pela aproximação de Nibiru, que fez com que tudo se precipitasse. O Dilúvio chegou, assim, de modo antecipado e a devastação foi total e aterradora; depois, com tudo passado, terminou abruptamente a idade do gelo.
Para o cumprimento dessa sentença seriam suficientes as dramáticas condições naturais em contínuo agravamento, mas a essa "bomba-relógio" foi ainda ainda acrescentado o tremendo choque eletromagnético desencadeado pela aproximação de Nibiru, que fez com que tudo se precipitasse. O Dilúvio chegou, assim, de modo antecipado e a devastação foi total e aterradora; depois, com tudo passado, terminou abruptamente a idade do gelo.
Enquanto
decorria a inundação, os Anunnaki observavam a Terra do espaço, através das
vigias das suas naves, e todos estavam profundamente consternados. Os textos de
Gilgamesh são explícitos:
“Isthar gritava como uma mulher dando à luz:
Os dias antigos foram de novo convertidos em argila..."
E os deuses Anunnaki choravam com ela.
Os deuses, humildes todos, sentavam-se chorando;
Seus lábios apertados... um e todos. "
Os dias antigos foram de novo convertidos em argila..."
E os deuses Anunnaki choravam com ela.
Os deuses, humildes todos, sentavam-se chorando;
Seus lábios apertados... um e todos. "
No
entanto, Enki não se encontrava entre eles. O Senhor do Abzu, o Abismo situado
algures nas profundidades da Terra, aguardava placidamente nos seus domínios,
porque era o único que sabia que a semente da humanidade não desapareceria com
o desastre.
Desta
informação podemos inferir que Enki, que gozava de um estatuto especial entre
os Anunnaki (vários textos referem que enfrentava Enlil de igual para igual), era também
Senhor absoluto daqueles domínios, pois todos os outros deuses haviam abandonado
a Terra nas suas naves em vez de ali terem buscado refúgio.
Sozinho
e com o olhar pousado no futuro, o deus Enki esperava pelo homem que embarcara na
arca, à sua ordem.
***
Como assinala Zecharia Sitchin, "o Dilúvio foi decisivo, tanto para os assuntos dos deuses como para os dos homens, assim como para as relações entre ambos. Os terrestres, que haviam sido criados para servir os deuses e trabalhar no seu lugar, foram tratados, a partir daí, como companheiros subalternos, num planeta devastado."
Por isso, a seguir ao dilúvio, os Nefilim “ criaram as quatro regiões”, três destinadas ao homem e a quarta reservada a eles mesmos, rotulando-a de “sagrada”, onde restabeleceram a sua base espacial que ficou, de novo, sob o comando de Utu/ Shamash. As outras três regiões foram a Mesopotâmia, o Vale do Nilo e o Vale do Indo, surgidas por esta ordem.
Por isso, a seguir ao dilúvio, os Nefilim “ criaram as quatro regiões”, três destinadas ao homem e a quarta reservada a eles mesmos, rotulando-a de “sagrada”, onde restabeleceram a sua base espacial que ficou, de novo, sob o comando de Utu/ Shamash. As outras três regiões foram a Mesopotâmia, o Vale do Nilo e o Vale do Indo, surgidas por esta ordem.
A Mesopotâmia,
com a Suméria dos povos semitas à cabeça, foi a primeira das grandes
civilizações da humanidade. Cerca de meio milénio depois, e acesa pela chama da
Mesopotâmia, surgiu a luz do Egito e, um milénio após, igualmente com origens
mesopotâmicas, nasceu a civilização admirável do Vale do Indo.
Ainda segundo Sitchin, “ na bíblica “Barra das Nações” encontra-se indicada a
expansão da humanidade, suas terras e reinos, como consequência da divisão em
três ramos, logo depois do dilúvio. Assim, descendendo dos três filhos de Noé e
recebendo seu nome, haviam os povos e as terras de Sem, que habitaram a
Mesopotâmia e as terras do Oriente Médio; os de Cam, que povoaram o Norte de
África e partes da Arábia; e os de Jafé, os indo-europeus, que se estenderam
pela Ásia Menor, Irão, Índia e Europa. ”
E acrescenta:
“As duas civilizações satélites (Egito e Indo) foram planeadas e trazidas à luz
do dia por decisão deliberada dos Nefilim, para evitar o perigo de uma só raça
humana unificada na cultura e objetivos. ” Tal decisão, certamente relacionada
com a questão bíblica da Torre de Babel, deverá ter sido tomada também porque a
humanidade se encontrava com um índice demográfico que ultrapassava em muito os
Nefilim, e não parava de crescer, para além dos avanços culturais e civilizacionais
que apontavam às mais altas realizações.
Estes, no
entanto, haviam proporcionado aos homens a possibilidade desses progressos
pois, ainda segundo Sitchin, “ não só a presença dos Nefilim, como também as
chegadas periódicas de Nibiru às proximidades da Terra parecem estar por detrás
das três fases decisivas da civilização humana pós-diluviana: a agricultura,
cerca de 11.000 a. C., a cultura neolítica, cerca de 7.500 a. C. e a súbita
civilização do ano 3.800 a. C. aconteceram com intervalos de 3.600 anos".
Foi o apogeu resplandecente da Suméria. Deuses e Homens ali coabitaram numa época de ouro sem igual na História e profusamente documentada pelos textos reproduzidos na Biblioteca de Assurbanípal.
Foi o apogeu resplandecente da Suméria. Deuses e Homens ali coabitaram numa época de ouro sem igual na História e profusamente documentada pelos textos reproduzidos na Biblioteca de Assurbanípal.
Com o crescimento
incontrolado da população, que não parava de aumentar, os deuses decidiram
criar intermediários entre eles e a massa humana. Foi assim que, depois da
realeza divina surgida do céu, se estabeleceu a realeza humana na Terra. Estes novos
reis- homens, designados pelos deuses, deveriam providenciar e garantir o
serviço perfeito aos mesmos, transmitindo as suas leis e ensinamentos ao povo
em geral.
Foi assim criada
uma determinada linhagem real, transmitida pelo sangue, veículo que permitia
aceder aos segredos divinos. Essa linhagem, milénios depois, ficou conhecida
como sendo a do Graal. Infelizmente, com o passar das eras, tudo se terá
perdido ou corrompido e as linhagens reais de agora serão meras alegorias da original.
Com a multiplicação de reinos, cidades e povoações, e com a deslocação constante entre
eles, determinada pelo comércio ou pelos conflitos, tornou-se necessário
relembrar às massas quem era o seu deus, não o confundindo com o dos demais
territórios, ou com aqueles outros deuses que também supervisavam áreas
especificas da atividade humana. Para isso começaram a estabelecer-se inúmeros
templos onde se cultuavam os deuses respetivos, a cargo de sacerdotes e
sacerdotisas especializados nesses cultos diferenciados, a levantarem-se
estátuas e monumentos nas cidades aos diversos deuses, etc., etc.
Terá sido assim
que começou o paganismo.
É claro que a proliferação de deuses protetores conduziu também a uma proliferação de ideias, e tudo isso levou a um avanço civilizacional notável, com reflexos na arquitetura, na filosofia, na ciência e em todos os outros campos da atividade e do pensamento humano, originando o nascimento de um dos períodos culturais mais elevados da antiguidade.
É claro que a proliferação de deuses protetores conduziu também a uma proliferação de ideias, e tudo isso levou a um avanço civilizacional notável, com reflexos na arquitetura, na filosofia, na ciência e em todos os outros campos da atividade e do pensamento humano, originando o nascimento de um dos períodos culturais mais elevados da antiguidade.
***
Enquanto isso,
os deuses principais como que se haviam retirado, deixando que seus filhos tomassem
a primazia. No caso de Enki e Enlil, a sua rivalidade existencial foi herdada também
por aqueles e acabou por conduzir a ferozes lutas pela supremacia, inclusive
com a possível utilização de armas nucleares.
Recorde-se que os Anunnaki constituem uma raça ou hierarquia de seres que se encontra milhões de anos mais avançada do que o homem (que, por isso, a considerou "divina"), mas que não deixa de estar igualmente sujeita às condicionantes da evolução. Digamos que o "Grande Criador", que alguns chamam de Eterno, a utilizou na sua intrincada estratégia cósmica para fazer progredir o homem, mas isso não significa que todos os Anunnaki sejam de elevado nível espiritual. Aliás, quanto mais alto se está, maior é a queda e, como relata a Biblía a respeito dos Anjos, existem também Anunnaki "caídos", atuando somente em função dos seus interesses materiais.
De qualquer modo, um ciclo aproximava-se do seu final.
Com a destruição das suas bases no Oriente, muitos Anunnaki viraram-se, então, para as instalações no continente americano. Terá sido assim que surgiu o deus inca Viracocha, o mais destacado dos deuses andinos e figura central da Porta do Sol de Tiwanaku, que corresponde a uma representação do filho mais novo de Enlil, Adad. O deus Viracocha, havendo criado o universo, o sol, a lua, as estrelas, o tempo atmosférico e a civilização da Terra, era caracterizado segurando um raio em cada mão, com lágrimas a caírem-lhe dos olhos, como chuva, e utilizando o sol em torno da cabeça, como coroa. O mito respetivo relata que o deus teria saído inicialmente do lago Titicaca, nos tempos da obscuridade, trazendo consigo a luz. Significativamente, as instalações da grande base Anunnaki na América do Sul, segundo Sitchin, situavam-se precisamente nas cercanias do lago Titicaca.
Recorde-se que os Anunnaki constituem uma raça ou hierarquia de seres que se encontra milhões de anos mais avançada do que o homem (que, por isso, a considerou "divina"), mas que não deixa de estar igualmente sujeita às condicionantes da evolução. Digamos que o "Grande Criador", que alguns chamam de Eterno, a utilizou na sua intrincada estratégia cósmica para fazer progredir o homem, mas isso não significa que todos os Anunnaki sejam de elevado nível espiritual. Aliás, quanto mais alto se está, maior é a queda e, como relata a Biblía a respeito dos Anjos, existem também Anunnaki "caídos", atuando somente em função dos seus interesses materiais.
De qualquer modo, um ciclo aproximava-se do seu final.
Com a destruição das suas bases no Oriente, muitos Anunnaki viraram-se, então, para as instalações no continente americano. Terá sido assim que surgiu o deus inca Viracocha, o mais destacado dos deuses andinos e figura central da Porta do Sol de Tiwanaku, que corresponde a uma representação do filho mais novo de Enlil, Adad. O deus Viracocha, havendo criado o universo, o sol, a lua, as estrelas, o tempo atmosférico e a civilização da Terra, era caracterizado segurando um raio em cada mão, com lágrimas a caírem-lhe dos olhos, como chuva, e utilizando o sol em torno da cabeça, como coroa. O mito respetivo relata que o deus teria saído inicialmente do lago Titicaca, nos tempos da obscuridade, trazendo consigo a luz. Significativamente, as instalações da grande base Anunnaki na América do Sul, segundo Sitchin, situavam-se precisamente nas cercanias do lago Titicaca.
Terá sido dessa base que a maior parte dos deuses deixou a Terra, por volta do ano 600 a. C.
Do mesmo modo surgiu o
deus asteca Quetzalcoátl, principal deidade do panteão centro-mexicano, que não é
outro senão Ningishzida, filho de Enki, que no Egito havia tomado o nome de Thot
e na Grécia Hermes, sendo Júpiter para os romanos. Para além dos atributos
inerentes a esses nomes passados, Quetzalcoátl representava a ascensão das
energias telúricas e por isso era figurado como uma Serpente Emplumada. Oferecia a essência da vida, que se apoiada no alimento físico e,
portanto, na abundância das colheitas e da vegetação, mas que, sobretudo,
apontava e fornecia a verdadeira nutrição, através da elevação
espiritual.
A presença
destes deuses nas Américas Central e do Sul assinalava, também, que o ciclo dos
Anunnaki junto com os homens estava, realmente, a esgotar-se. Organizava-se já o regresso a casa, com o retorno próximo de Nibiru.
Tal como sucedeu no final da trilogia do visionário J.R.R.Tolkien, relativamente aos Elfos, terminava uma era no mundo e uma outra se apresentava no horizonte: a era dos homens.
Tal como sucedeu no final da trilogia do visionário J.R.R.Tolkien, relativamente aos Elfos, terminava uma era no mundo e uma outra se apresentava no horizonte: a era dos homens.
E todos os
Anunnaki deixaram a face da Terra.
No entanto, alguém
se preocupou em assegurar que esse novo período teria condições para se
desenvolver e frutificar em liberdade. Alguém que deixou no ADN do homem e da mulher
uma espécie de “Fio de Ariadne”, para que cada um nunca se
perdesse por completo no caminho.
Foi o Senhor do
Abzu, Enki.
7 - O SEGREDO DO SEGREDO
Até aqui, procurei apresentar os textos sumérios segundo uma visão científica e académica, mas assumidamente “externa”, isto é, assente no conhecimento intelectual dos seus principais estudiosos. No entanto, esta pesquisa não ficaria completa se não referisse também aquela outra visão, digamos que mais “interna”, em que as deduções mentais se associam a coordenadas de ordem espiritual, que não religiosas.
Nesta outra
perspectiva, tomemos como ponto de partida o “Enuma Elish”, o referido mito
da criação babilónico. A versão descoberta por Layard data do
século VII a.C., mas, como assinalam os peritos, a composição do texto poderá
remontar aos tempos de Hamurabi ou ao início da era cassita, cerca do século
XVIII a. C., baseada em textos sumérios muito anteriores. Começa assim o “Enuma Elish”, traduzido como “Quando no alto”:
“ Quando no alto não se nomeava o céu
E em baixo a terra não tinha nome,
Do oceano primordial APSU, seu pai,
E da
tumultuosa TIAMAT, a mãe de todos,
Suas
águas se fundiam numa,
E nenhum
campo estava formado, nem pântanos eram vistos;
Quando
nenhum dos deuses havia sido chamado à existência. ”
No seguimento desta narração
mítica, os seres divinos primordiais, Apsu e Tiamat, criam inúmeros deuses, representando
os vários aspectos do mundo físico. No entanto, esses novos deuses são
demasiado tumultuosos e Apsu decide eliminá-los. O deus babilónico Ea (que
corresponde ao Enki sumério), descobre o plano, antecipa-se e mata Apsu.
Posteriormente, Damkina, esposa de Ea, dá à luz Marduk. Entretanto, Tiamat, enraivecida
pela morte de Apsu, jura vingança e cria onze monstros para a levar a cabo. Tiamat
casa com Kingu e coloca-o à frente dessas forças, que nem Ea nem Anu são
capazes de derrotar. É então que
surge Marduk, que enfrenta Tiamat, acabando por destruí-la e capturando os
monstros seus aliados. Ainda segundo o mito, Marduk divide o corpo de Tiamat,
utilizando metade para criar a terra e outra para criar o céu.
Claro que por detrás desta
encenação mitológica, assim colorida e dramatizada para mais facilmente ser
relembrada e transmitida, se ocultam outras realidades. Ou, pelo menos, outras
possibilidades. Como aquela que se refere a um terrível desastre cósmico que
terá ocorrido em pleno sistema solar, interpretado por dois planetas que
chocaram entre si: o planeta Nibiru, lar dos Anunnakis, também chamado de
“Marduk” no mito babilónio e que havia irrompido inusitadamente no sistema
solar, e o planeta Tiamat que, segundo os sumérios, se situava entre Marte e
Júpiter, provido dos seus satélites, ou do seu “exército”. O choque entre ambos
terá resultado de um tremendo conflito gravitacional.
Segundo Zecharia Sitchin, depois
do desastre cósmico, Nibiru, cujo nome significa “Aquele que atravessa” (daí ser também chamado Planeta X)
permaneceu incólume, mas, a partir daí, confinado a uma vasta órbita elíptica em
torno do Sol com a duração de 3.600 anos. O mesmo não aconteceu com Tiamat, que foi brutalmente atingido e partido em duas metades: uma delas
converteu-se no grande “cinturão de asteroides”, também denominado por alguns
como “Bracelete Martelado”,
localizado, justamente, entre as órbitas de Marte e Júpiter, e a outra parte,
projetada com violência em direção ao Sol, acabou por dar origem à Terra.
Por isso, justificadamente, Sitchin afirma que a nossa Terra é “Tiamat reencarnada”, tendo-lhe sido associados todos os mitos referentes à Grande Deusa Mãe.
Por isso, justificadamente, Sitchin afirma que a nossa Terra é “Tiamat reencarnada”, tendo-lhe sido associados todos os mitos referentes à Grande Deusa Mãe.
Os relatos tradicionais sumérios
apontam a possibilidade (e acabou por ser essa a interpretação de Sitchin) de
que, muito depois do desastre e já formada a crosta do novo planeta, criados os
minerais, os vegetais, os animais e o homem, os Anunnaki ali tivessem desembarcado
em busca de ouro. Não pelo que representava em termos de riqueza, mas porque
seria a matéria prima necessária para resolver uma crise atmosférica no seu
planeta natal.
Deste modo, o primeiro explorador da Terra,
vindo do espaço, foi aquele que acádios e babilónios chamaram de Ea, mas que
não era outro senão o mesmo Enki sumério, Senhor das Águas do Abismo, da Mineração e da Metalurgia,
mas, sobretudo, Alquimista e Mestre de Sabedoria. Isto terá acontecido há uns
450.000 anos atrás.
No prosseguimento dessa visita, e
quando o trabalho se tornou demasiado duro para os Anunnaki, foi Enki quem alterou
geneticamente os seres hominídeos que habitavam a Terra de então, criando a
humanidade como uma raça auxiliar de “Trabalhadores Primitivos”, como se
descreveu anteriormente.
Manifestando um outro ponto de
vista, questiona-se, com razão, William Henry:
“ Tenho-me perguntado porque um mestre metalúrgico ou artesão de genes
da mais reputada maestria, como Ea, teria precisado minerar ouro. Como pai da
alquimia, certamente que teria a capacidade de fabricar todo o ouro que
quisesse dos metais base...”
E acrescenta: “Para quê viajar à Terra por um
elemento que é reputado existir, em grande quantidade, nos asteroides do
espaço? Para que se deram a tanto trabalho pelo ouro e não por outros recursos
abundantes na Terra, como a água? E também, em vez de uma arriscada
bioengenharia, combinando o seu próprio ADN com o dos proto-humanos que
habitavam a Terra, porque é que os “Resplandecentes”, (os Anunnaki) muito simplesmente,
não utilizaram máquinas ou robôs para executar o trabalho? Se eram capazes de
fabricar naves espaciais, porque razão não construiriam esses outros mecanismos
também? ”
A resposta a tudo isto
encontra-se na interpretação do vocábulo “ouro”.
Simbolicamente, o ouro expressa a
iluminação espiritual e, portanto, encontra-se ligado à transcendência ou
elevação da alma; corresponde ao brilho ou esplendor do corpo humano sob a ação
do Espirito Santo.
Por outro lado, convém
lembrar que Tiamat, como a Grande Mãe, detinha no seu útero, ou nas águas dos
seus múltiplos e celebrados oceanos, o fluido sagrado da criação; isto é,
constituía um "viveiro de almas".
Assim sendo, concordo plenamente
com William Henry quando diz que “os seres do Planeta X (Nibiru) estavam
primordialmente interessados em salvar almas. Um dos títulos de Ea era o de
“Senhor das Águas”; intercambiando “Águas” por “Almas”, converte-se Ea no
“Senhor das Almas”. E substituindo “Alma” por “Ouro”, como o fazem os
alquimistas, torna-se concebível que a alegada crise que o Planeta X
enfrentava, fosse espiritual e não material. “Fazer Ouro” é a busca do
alquimista para transmutar a sua alma numa expressão mais elevada, numa apoteose,
que o leva a se “fazer de Deus”. Pergunto: e se a atmosfera decadente do
Planeta X, que Ea estava tentando reparar com ouro, fosse, realmente, uma atmosfera
de almas em degeneração? Imagine-se que o Planeta X estava vivenciando uma
profunda “crise de alma”, e que Ea veio à Terra em busca de almas para tornar a
encher o seu planeta natal...”
Note-se que uma “crise de alma”
não é algo tão difícil de conceber fora da mitologia, pois basta observar o
estado do nosso mundo para perceber que é isso mesmo que sucede na Terra, hoje
em dia....
Voltando, então, ao drama
cósmico: uma vez que Nibiru cortou Tiamat em pedaços e as almas ali
involucradas foram arrastadas para a Terra (surgida depois como a “reencarnação
de Tiamat”, segundo Sitchin), a chegada de Ea ou Enki ao nosso planeta, com o
intuito de salvar essas almas, corresponderia, antes de tudo, a uma espécie de “reparação”
ou de resgate do karma de Nibiru perante
Tiamat. Esse seria motivo mais do que suficiente para a presença dos
Anunnaki, como a hierarquia criadora de corpos mais
apropriados para as almas em desenvolvimento na Terra. E, em simultaneo,
também poderiam resolver o karma
de Nibiru, possivelmente descrito como a tal crise do ouro espiritual...
Por isso, em determinada altura, Enki
segue um caminho diferente da vontade de outros deuses e decide criar uma raça avançada de humanos. Nesse momento, Enki e
Ninhursag não projetam o corpo humano meramente como um instrumento, mas como
uma arca ou recipiente para conter a alma. Como observa William Henry, “Alquimicamente,
trata-se de um “instrumento de ressurreição”, destinado a elevar as almas de
Tiamat da Terra e levá-las de volta para casa. ”
Note-se que esse plano ainda se encontra em execução na Terra e que para o seu cumprimento, ao longo das épocas, muitos outros seres divinos têm surgido no mundo a fim de ajudar a humanidade. Foi assim que se manifestaram Buda, Krishna, Zoroastro, Maomé, Jesus e tantos outros... O que só pôde acontecer porque o homem, de um só golpe, havia avançado milhares e milhares de anos e dispunha de uma alma e de uma inteligência suficientemente desenvolvida para entender quem era e o que transportava, permitindo o florescimento de uma consciência. A deturpação das suas doutrinas levou à criação das inúmeras religiões, mas o ponto comum de todas elas assenta no autoconhecimento, que dispensa intermediários e desperta a consciência necessária para cada um agir por si mesmo e dentro de si mesmo.
Ou seja, o ensinamento mais profundo jamais transmitido é aquele que poderá levar cada um, pelo seu próprio esforço, a ativar os segredos nucleares da transformação espiritual, que Enki implantou no ADN humano, e que poderão abrir “a porta do céu”...
Ou seja, o ensinamento mais profundo jamais transmitido é aquele que poderá levar cada um, pelo seu próprio esforço, a ativar os segredos nucleares da transformação espiritual, que Enki implantou no ADN humano, e que poderão abrir “a porta do céu”...
Nesta perspectiva, poderemos
considerar Enki como o primeiro Salvador da Humanidade, ou aquele que “minerou”
cuidadosamente os corpos dos hominídeos terrestres através da engenharia
genética, aperfeiçoando os vasos primitivos até chegar à constituição do homem moderno. E ao qual concedeu a faculdade de desenvolver todo o potencial espiritual do seu ADN, abrindo, também, a possibilidade de transformar a própria Terra, herdeira de Tiamat, numa escola de deuses.
E, a seu tempo, num Planeta Sagrado.
E, a seu tempo, num Planeta Sagrado.
***
Sendo assim, convém aprofundar um
pouco mais a figura de Enki. E “aprofundar” será o termo mais apropriado, pois
ele é o Senhor do Abismo ou das Profundidades, origem de todas as Águas do
mundo – Apsu em acádio ou Abzu, em
sumério.
Recordemos que no Enuma Elish, é
Ea (Enki) que vence Apsu, o Pai primordial, e que toma o seu lugar, tornando-se
precisamente no Senhor das Águas do Abismo.
Na Epopeia de Gilgamesh, é também
o deus Ea (Enki), mestre do Apsu, que adverte Utnapishtim, o Noé babilónico, do
cataclismo que se aproxima, e para não levantar suspeitas sobre a construção da
arca aconselha-o a dizer:
“Soube que Enlil me hostiliza,
de modo que não posso mais residir em vossa cidade,
nem colocar o pé no território de Enlil.
Assim, ao Apsu eu descerei,
para residir com meu Senhor Ea.”
Note-se que
durante o dilúvio, como atrás referido, enquanto todos os outros deuses
observavam a tragédia por fora da Terra, nas suas naves, Enki permanecia
calmamente no Apsu. Ou seja, tudo indica que o Apsu constitua um mundo
subterrâneo, alheio às tribulações da crosta terrestre, e para o qual o seu
Senhor convidara Utnapishtim, Ziusudra ou Noé a encontrar refúgio.
Tanto mais que, como se viu, Enki
era também o “Senhor das Minas”, onde os Anunnaki, sob a sua direção, buscavam
“ouro”. Ora as minas também poderão representar os acessos ou embocaduras que
ligam a superfície com esse outro mundo de dentro do planeta.
Entramos assim, em pleno, na
questão da Terra Oca (ou Abzu) que, se agora é motivo de descrédito e chacota
pela deturpação de muitos autores conotados com as “teorias da conspiração”,
começou por ser seriamente colocada e defendida por nomes reputados, desde Saint-
Yves d’Alveydre
a Henrique José de Souza.
O significado literal da palavra
suméria AB-ZU é o de “lugar do conhecimento”, ou ainda, no mesmo sentido, mas
com outra amplitude, “buraco da sabedoria”. E hoje em dia, a Física mais
avançada do mundo chama também de “wormholes” (textualmente, “buracos de
minhoca”) aos “portais estelares” ou “túneis de anti-matéria” que,
teoricamente, ligam regiões de espaço-tempo, pontos opostos de um universo ou mesmo
universos entre si, e que permitem viajar, instantaneamente, às mais longínquas
regiões do cosmos...
Um grande mistério se encontra ligado ao "mapa" espiritual destes "portais estelares", seguramente descritos no ADN humano e que, no ocidente, também se encontram simbolizados pelo "Cordeiro de Deus", o Agnus Dei, representando a "qualidade" necessária para o acesso àqueles portais, que ele próprio representa.
De certo modo, será como que a obtenção do estatuto interno indispensável para a admissão naquele "reino" que Jesus (também figurado pelo Agnus Dei), dizia ser o seu, mas não deste mundo... Ou seja, um mundo espiritual mas que poderá ser também físico, numa outra dimensão do espaço-tempo.
E como aquele, muitos outros mundos e universos pelo cosmos fora, assim como mundos desconhecidos bem próximos de nós, porque existentes no interior do nosso planeta.
Um grande mistério se encontra ligado ao "mapa" espiritual destes "portais estelares", seguramente descritos no ADN humano e que, no ocidente, também se encontram simbolizados pelo "Cordeiro de Deus", o Agnus Dei, representando a "qualidade" necessária para o acesso àqueles portais, que ele próprio representa.
De certo modo, será como que a obtenção do estatuto interno indispensável para a admissão naquele "reino" que Jesus (também figurado pelo Agnus Dei), dizia ser o seu, mas não deste mundo... Ou seja, um mundo espiritual mas que poderá ser também físico, numa outra dimensão do espaço-tempo.
E como aquele, muitos outros mundos e universos pelo cosmos fora, assim como mundos desconhecidos bem próximos de nós, porque existentes no interior do nosso planeta.
Creio que o Abzu da mitologia mesopotâmica
corresponde ao mundo oco da Terra, onde outras concepções situam o reino
de Agartha, com as suas misteriosas sete cidades, coroadas por Shamballah, e
onde habita, em completa harmonia, uma plêiade de seres provindos de vários
planetas e estrelas, mas que trabalham pela humanidade de fora, ainda que esta
o ignore. O acesso a esse mundo é interdito ao homem, a não ser que surja uma
solicitação especial, como sucedeu com Utnapishtim, convidado pelo próprio
Ea-Enki...
Assinale-se que este mundo,
comparável ao verdadeiro Paraíso terrestre, nada tem a ver com um outro,
composto por enormes bolsas subterrâneas e profundas cavernas, onde alguns
Anunnaki caídos se abrigaram, juntamente com outras raças alienígenas hostis à
humanidade. O seu objetivo continua a ser o de dominar a Terra e fazer do homem
um mero escravo. Corresponde ao mundo que a ideologia judaico-cristã povoa de
monstros terríficos, de demónios, de serpentes do mal e de dragões sinistros, que muitas
“teorias da conspiração” confundem e colocam no mesmo saco do anterior.
Acrescente-se que os monstros
tanto atuam por fora como por dentro de cada ser humano e que, afinal, o que
teremos que fazer, nesse combate interno de vida ou morte espiritual, será
enfrentá-los com coragem e cortar-lhes a cabeça, tal como fez o herói sumério
Gilgamesh à besta Huwawa, num passo decisivo da sua epopeia. Somente assim se poderá aceder à
“porta do céu”, implantada no ADN de cada ser humano e aberta pelo esforço
total de autoconhecimento e de consequente transformação espiritual...
É esse o convite muito especial que
o deus sumério Enki, Senhor das entranhas da Terra ou do “fundo curvado do
planeta”, deixou a cada um de nós.
***
A mitologia de Tiamat aponta a
sua ligação interna com as Plêiades, um grupo de sete estrelas principais,
sobressaindo de centenas de outras menores, localizadas na constelação de
Touro, também denominadas pelos antigos como “Colmeia de Abelhas”.
Sendo a
abelha um conhecido símbolo da alma, as Plêiades ligavam-se, espiritualmente,
com Tiamat, a “Grande Mãe das Almas”, constituindo um mesmo lar sideral, e fazendo
dela como que a sua síntese ou oitava estrela, invisível. Refira-se que as estrelas
principais da constelação também eram chamadas Filhas de Atlas, ou Atlantis ...
e, na verdade, o drama de Tiamat é como uma antecipação, nas estrelas, da história
da Atlântida.
Como também assinalou
William Henry, “Tiamat representa um grupo de almas que se afundaram na noite.
” E nesse desastre cósmico, tal como na Atlântida, “houve sobreviventes que
procuraram reagrupar-se e que iniciaram uma longa marcha, utilizando uma série
de símbolos e instrumentos de poder para reconstruir a sua civilização
destroçada, permitindo às almas voltar para casa...”
Como Tiamat
acabou destroçada e a Terra é a sua continuidade, na qual grande parte das
almas originais foram despejadas, então todo aquele esforço de reconstrução,
através da iniciação espiritual, se passa neste nosso mundo.
Ou seja, na
Terra.
Daí que a
simbologia da abelha, como emblema de Tiamat e símbolo da alma elevada, tenha
sido adoptada por muitos centros espirituais, ou individualidades influentes,
ao longo da nossa história. Refiro-me, por exemplo, à dinastia Merovíngia, que
se considerava descendente direta de Jesus, a Napoleão, que fez questão de bordar abelhas
no seu manto imperial ou aos Rosa-cruzes de Christian Rosenkreuz, com
particular destaque para o símbolo da abelha pairando sobre uma rosa.
Na verdade, creio
que tal distintivo representa, globalmente, o grande trabalho de sacralização
da Terra, ou da recuperação completa da dignidade e estatuto de Tiamat. Esse
trabalho já vem da alvorada dos tempos e tem sido executado por inúmeras Ordens,
Escolas de Mistérios e Obras Iniciáticas, do ocidente ao oriente, que ainda procuram, denodadamente, implantá-lo na superfície do planeta. Também com a ajuda, ou com a
oposição, acrescente-se, de outras hierarquias extraterrestres, como a dos
Anunnaki e também, seguramente, com a dos Pleidianos, ligados a Tiamat. Assim
como de muitas outras raças, que permanecem desconhecidas do grande público, mas
não dos poderes que, verdadeiramente, governam a Terra.
E porque não
há-de ser assim?
Os
relatos sumérios não são uma ficção, existem espalhados pelos principais museus
do mundo e testemunham a chegada de uma raça alienígena à Terra. Portanto: se
assim foi com os Anunnaki, “os que desceram do céu”, porque não poderá ter
sucedido o mesmo com outras raças e civilizações?
Tal como evidenciam as
descrições sumérias, acádias, babilónias e assírias, mas também maias e muitas outras no
ocidente e no oriente, duas grandes linhas de atuação na
Terra se poderão, entretanto, ter definido: a que procurou ajudar e fazer
progredir o homem, elevando a humanidade ao seu próprio nível, como sucedeu com Enki, e aquela outra que apenas o pretendeu explorar, infundindo o
terror e baseando o seu poder no medo e na ignorância. A avaliar
pelo estado do mundo, serão os segundos que ainda comandam a Terra, mas, como
disse Jesus (na linha de Enki): “Agora é o julgamento deste mundo; agora o
Príncipe deste mundo será expulso. ”
Obviamente,
à custa de muito sangue, suor e lágrimas da maior parte da humanidade que, até
hoje, mesmo que não o saiba, permanece escrava. No entanto, (e chega a ser
irónico) todos trazemos, no mais fundo de cada um, a chave para a liberdade.
Uma dádiva
de deuses, para nos tornarmos como eles.