10 de fev. de 2018

UMA QUESTÃO HISTÓRICA INCONTORNÁVEL: A SUMÉRIA E OS DEUSES QUE DESCERAM DO CÉU
























Passaram-se milénios sobre milénios...
Os ventos do deserto sopraram eternidades na Mesopotâmia e arrancaram folhas sem conta da História, que afundaram nas areias do esquecimento. Folhas que falavam da Suméria e que rodopiaram em tempestades que atravessaram eras sucessivas, acompanhando ciclos de construção e de destruição, acabando enterradas naquele território que, mais tarde, veio a ser ocupado pelo Iraque.
E que assim permaneceram, por outras tantas épocas.

Sem memória.
 A Suméria havia sido varrida da História e a sua existência e esplendor incomparável jaziam no subsolo do deserto; sobretudo no deserto humano do mais completo desconhecimento.
Mas, subitamente, a roda da fortuna deu uma guinada surpreendente.



1 - A DESCOBERTA




Tudo se passou de modo tão inesperado quanto o destino.
Ocorreu em1849, apenas há dois séculos atrás, quando o arqueólogo britânico Austen Henry Layard e o seu colaborador assírio Hormuzd Rassam empreendiam escavações na Mesopotâmia com o intuito de localizarem vestígios babilónios e assírios; não buscavam traços da Suméria pois, naquele tempo, ninguém suspeitava, sequer, da sua existência. Foi então que, num golpe de incomensurável valor histórico, trouxeram à luz a chamada “Biblioteca de Nínive.”
Esta Biblioteca pertencia ao palácio do rei Assurbanipal, que viveu no século 7 a. C., na Assíria, e continha no seu acervo cerca de 22.000 placas de argila, contendo textos em escrita cuneiforme sobre os mais diversos temas, desde a literatura, com destaque para a célebre Epopeia de Gilgamesh, à matemática, astrologia, medicina e religião, com inúmeros fragmentos do Enuma Elish, o mito da criação babilónico, passando também pelo direito, pela geografia e por temas mais comuns como a descrição de presságios, contratos, exorcismos, etc., etc.. Mas, acima de tudo, os textos falavam de cidades totalmente desconhecidas até ali, evidenciando ao mundo a existência da Suméria.
Passada a euforia inicial por mais uma grande descoberta arqueológica, que levou a rainha inglesa a conceder a Layard o título de “Sir”, o entusiasmo foi tomando outros rumos, oscilando conforme as coordenadas geográficas.

 No ocidente, os líderes políticos, sociais e religiosos, quando se aperceberam do que poderia vir a público com a consciência da Suméria, trataram de esfriar o entusiasmo e de retirar visibilidade à descoberta de Layard...

No Iraque, poderá ter alimentado a corrente que, pelos anos 80 do século seguinte, levou o presidente Saddam Hussein a identificar-se com Nabucodonosor, o mais importante rei caldeu do império de Babilónia ao qual pertencia a Suméria e que, para além das suas conquistas, ficou conhecido pela construção dos jardins suspensos de Babilónia, uma das maravilhas do mundo antigo. Na sua esteira, Saddam procurou restabelecer em Bagdade o fausto e a opulência da antiga capital. O petróleo financiou o projeto. Mas para obter o poder que ambicionava, ainda se especula que o seu objetivo maior teria sido o de recuperar o conhecimento e a tecnologia da Suméria, através de artefactos e dispositivos que estariam enterrados no seu território.
Acredito que a “guerra do Golfo” em 1990 e a invasão do Iraque em 2003, por americanos e ingleses, terão tido como objetivo oculto impedir que Saddam Hussein alcançasse ou viesse a utilizar aqueles segredos; assim como também e, evidentemente, com o propósito de os resgatar e reservar para si mesmos... 
Definitivamente, não se trata de explanar mais uma “teoria da conspiração”. Pelo que adiante se explica, poderá entender-se que o seu valor deixa o do petróleo a perder de vista.


                          ***


“Ó Suméria, grande terra entre as terras do universo,
Cheia de luz constante, repartindo desde o nascer ao pôr do Sol as suas divinas leis por (todo) o povo,
As tuas divinas leis são exaltadas, intocáveis,
O teu coração é profundo, insondável,
(...)
Os Anunnaki, os grandes deuses,
Em ti estabeleceram a sua residência,
Nos teus amplos bosques consomem o (seu) alimento.
Ó casa da Suméria, possam os teus estábulos ser muitos, que as tuas vacas se multipliquem,
Que sejam numerosos os teus redis, que as tuas ovelhas se contem por miríades, ......,
Possam os teus templos sólidos erguer a mão ao Céu,
Possam, no meio de ti, os Anunnaki decretar os destinos. “


Este poema, retirado das placas sumérias e transcrito pelo ilustre linguista e sumerólogo Samuel Noah Kramer, intitula-se “ Enki e a Ordem do Mundo”. E como ele, milhares de outros textos do mesmo teor levantavam de imediato grandes e perturbadoras questões...

De fato, quem era esse tal “Enki”, personagem que irrompia do nada na História do mundo e que, no entanto, se mostrava capaz de a abalar por completo? E quem eram os “Anunnaki”, seres aptos “a decretar os destinos” e que eram mencionados como “os grandes deuses que em ti (na Suméria) estabeleceram a sua residência”? ...

A estas e muitas outras perguntas a História não sabia de todo responder. Mas a resposta vinha claramente inscrita nas placas e nos rolos cilíndricos descobertos, que poderiam, no entanto, provocar um abanão brutal nas ordens estabelecidas, isto é, nos poderes religiosos, políticos, sociais, económicos e 
militares existentes na Terra...

 E porquê?
 
Muito simples: os textos referiam que um grupo de “deuses” tinham descido do Céu à Terra e que, através de engenharia genética, aplicada sobre os humanos primitivos de então, haviam criado o homo sapiens, com o qual conviveram na Suméria, até partirem, de novo, nas suas naves espaciais.

Parece o resumo de um filme de ficção científica, mas não é. Na verdade, corresponde à síntese dos escritos descobertos e que descreviam pormenorizadamente a realidade da Suméria naquele tempo. 

 Sublinhe-se que tal informação não advém de uma hipotética conjetura, nem deriva de uma "interpretação", mas sim da rigorosa tradução académico-científica dos textos. Por isso, mais uma vez assinalo que nada do que neles se relata tem a ver com as chamadas “teorias da conspiração”, delírios de ufólogos ou efabulações de espiritualistas, constituindo, antes, documentos históricos tão válidos como o célebre “Código de Hammurabi”, datado de 1750 a. C., e que aquele rei babilónico recebeu das mãos do deus Shamash, divindade do Sol que também era o deus da Justiça...
 
Daí o enorme problema que se levantava.

Ou seja, tal conhecimento, ao ser explorado e profusamente difundido, arrasaria por completo os pilares políticos, sociais e religiosos, sobretudo no ocidente; e para mais, sobre os escombros, poderia colocar no homem perigosas ideias de liberdade espiritual, abominadas pelos poderes por detrás dos poderes que governam o mundo. Somente o controle estritamente reservado dessa informação, permitiria a esses poderes explorar, sem entraves, a possibilidade de aceder a tecnologias extraterrestres, abrindo hipóteses extraordinárias no campo da ciência, nomeadamente na genética, astrofísica, astronáutica e por aí fora..., o que concederia uma vantagem incomparável aos seus detentores.

Daí, também, a luta pela sua posse.

No entanto, sopram já no mundo ventos de mudança, indicando que a humanidade não vai continuar por muito mais tempo a ser pertença dos vários grupos de interesses que a exploram e que discutem, entre si, o destino dos povos. O final desses grupos está, inelutavelmente, sentenciado e um novo ciclo se aproxima.

E quem sabe se, uma vez mais, com o impulso decisivo d’ “Aqueles que desceram do céu”?


                        ***


Segundo os linguistas, o termo “Anunnaki” significa, literalmente, “Aqueles que do Céu à Terra vieram”. Note-se que a Bíblia, cujo primeiro livro, o “Génesis”, foi escrito quase três milénios DEPOIS destes textos, refere-se àqueles seres como os “Anakim”, que também denomina de “Nefilim” e que, em hebreu, detêm o mesmo significado: "Aqueles que desceram do Céu à Terra".
Uma das inúmeras placas que versam esse tema, transcrita também pelo professor Samuel Noah Kramer, dá-nos conta disso, com a indicação de que a “realeza” desceu do Céu para a Terra e que na extensão da Suméria começou por fundar cinco cidades:

“Depois de .... da realeza ter descido do Céu,
 Depois de a tiara sublime e o trono da realeza terem descido do Céu,
 Ele aperfeiçoou os ritos e exaltou as leis divinas.......,
 Fundou as cinco cidades em .... lugares puros,
 Chamou-as pelos seus nomes, distribuiu-as como centros de culto. ”


E o texto continua com a descrição das cidades, a primeira das quais foi Eridu, a mais meridional de todas na Mesopotâmia, dedicada ao deus Enki e considerada como a primeira cidade do mundo. Atualmente, encontram-se os seus vestígios na estação arqueológica de Tell Abu Shahrein.

Zecharia Sitchin, outro dos grandes investigadores da Suméria, relata assim este achado: “ as pás encontraram-se com os alicerces do primeiro templo dedicado a Enki. Por baixo, encontrava-se solo virgem. Nada se havia construído antes. A datação rondava o ano 3800 a. C. Ali começou a civilização. Não somente foi a primeira civilização, no sentido mais verdadeiro do termo, também foi a civilização mais vasta, omni-abarcante e a mais avançada, em múltiplos aspetos, que as demais culturas da antiguidade que a seguiram. Indiscutivelmente, foi a civilização sobre a qual se baseia a nossa própria. Havendo começado a utilizar pedras como ferramentas apenas uns 2.000.000 de anos antes, o Homem atingiu esta civilização sem precedentes, na Suméria, por volta do ano 3.800 a.C., e o que mais perplexidade causa de tudo isto é o fato que, até ao dia de hoje, os peritos não tenham nem a mais remota ideia de quem foram os sumérios, de onde vieram e de como e porque surgiu a sua civilização, pois a sua aparição foi repentina, inesperada, tendo surgido do nada.
H. Frankfort (“Tell Uqair”) classificou-a como “assombrosa”. Pierre Amiet (“Elam”) como “extraordinária”. A. Parrot (“Sumer”) descreveu-a como “uma chama que se acendeu de repente”. Leo Oppenheim (“Ancient Mesopotamia”) assinalou “o assombrosamente curto período de tempo” em que surgiu esta civilização”. Joseph Campbell (“The Masks of God”) resumiu-a deste modo: “De forma pasmosamente súbita... aparece neste pequeno jardim de lodo sumério... a síndrome cultural que, desde então, constitui a unidade germinal de todas as grandes civilizações do mundo."

 A Mesopotâmia, onde outrora os peritos afirmam que floresceu o Éden bíblico, prometia distribuir, à revelia dos poderes estabelecidos, mais umas quantas e inesperadas maçãs da Árvore do Conhecimento.... Infelizmente, essa oferta não chegou, sequer, a ser considerada porque tem sido criteriosamente velada e retirada dos olhares do público pelos poderes que governam o mundo.

Mas até quando poderão esses poderes adiar o inevitável? Até quando poderão ocultar que a Suméria, há 6.000 anos atrás, se tornou, de fato, na primeira civilização do mundo, sendo-lhe atribuídos os mais elevados índices de cultura e desenvolvimento, que serviram de base a todas as demais civilizações e culturas da Terra? Até quando poderão disfarçar que, mais de mil anos antes dos hebreus haverem escrito a Bíblia e os gregos a Ilíada e a Odisseia, já os sumérios se compraziam com poemas e relatos histórico-científicos notáveis, que gravaram em placas, prismas e cilindros de argila? E, sobretudo, até quando poderão arredar do conhecimento da humanidade as ocorrências e as vivências incontornáveis que essa escrita testemunha?

Por muito que se tente contrariá-la, a grande e esplendorosa Suméria continua a erguer-se do seu sono de milénios e, quando despertar por completo, nenhum poder humano a poderá seguir ocultando.

Terá chegado, inexoravelmente, o tempo das Revelações.






2 - MEMÓRIA CURTA


















Fazendo confundir a corrente da vida com a dos rios Tigre e Eufrates, que desaguam no Golfo Pérsico, a Mesopotâmia estende-se pela Caldeia, compreendendo a Baixa e a Média Mesopotâmia, até chegar à Assíria, que conforma a Alta Mesopotâmia. Atualmente, o seu território mais vasto é ocupado pelo Iraque e, na zona sul, um pequeno enclave, junto ao Golfo, constitui o Kuwait.

A Suméria foi a primeira civilização a ocupar a zona fértil entre os rios, onde especialistas em estudos bíblicos dizem que se situava o Jardim do Éden. Depois, os semitas sumérios foram absorvidos pelos seus vizinhos, constituindo-se, então, o Império Acádio. Estava-se por volta do ano 2.350 a.C. e, mais tarde, em 1.792 a.C., foi a vez dos Babilónios, que ocupavam a zona central da Mesopotâmia, se estenderem para sul, através da Acádia e da Suméria e para norte, incorporando a Assíria, para formarem o grande Império Babilónico. Governada por grandes reis, como o caldeu Nabucodonosor, que fez de Babilónia uma cidade verdadeiramente imperial, ou o assírio Assurbanipal, grande patrono das ciências, a Mesopotâmia assombrou o mundo com os mais elevados índices de desenvolvimento e civilização. Este Império, que durou até ao ano 539 a.C., acabou conquistado pelos persas.

Em 331 a.C., a Babilónia caiu nas mãos do macedónio Alexandre, que derrotou o rei persa Dario III, mas que desenvolveu ainda mais aquela cidade imperial, tornando-a num extraordinário ponto de encontro entre as culturas grega e oriental. Todo o demais território mesopotâmico foi integrado no Império Selêucida.

Depois, por volta de 140 a.C., vieram os Partas (do Nordeste do atual Irão) e incorporaram a Mesopotâmia no seu Império, seguidos pelos Romanos, que, em 117 a.C., sob o imperador Trajano, fizeram daquele território mais uma Província de Roma.

Vencidos os romanos, o que ocorreu já no século IV, a Mesopotâmia ficou repartida entre o Império Bizantino e o Império Sassânida (dinastia persa), o que provocou uma divisão religiosa entre a população. Depois de muitas e sucessivas lutas, sobretudo envolvendo as três grandes famílias étnicas do mundo muçulmano – árabes, persas e turcos –, a Mesopotâmia foi conquistada em 637 pelos árabes-muçulmanos, que venceram os sassânidas, instalando a dinastia dos Omíadas que, no auge do seu poder, chegou a governar o maior império muçulmano de sempre – da Península Ibérica às portas da China.
Seguiu-se a dinastia dos Abássidas, que fez de Bagdade a sua capital iniciando, em 762, uma verdadeira idade do ouro, convertendo-a num dos maiores centros de ciência e cultura do mundo. Naquele tempo, somente Constantinopla era mais conhecida.

Mas essa Bagdade de sonho, ao contrário das “Mil e Uma Noites” tinha os dias contados. Em 1258, foi arrasada por um neto de Genghis Khan, à frente de hordas mongóis, que repetiram o saque em 1401, sob o comando de Tamerlão. A Mesopotâmia ficou a pertencer ao Império Mongol até ser conquistada pelo Império Otomano, em 1410, e assim se manteve, ainda que com inúmeros conflitos pelo meio, até à primeira guerra mundial (1914-1918). Nela alinhou ao lado da Tríplice Aliança, constituída pela Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro, o que permitiu ao Reino Unido enviar tropas para a região e, no final do conflito, ocupar quase toda a Mesopotâmia.

Os ingleses designaram, então, o rei Faiçal para governar o Iraque e a primeira companhia a explorar o petróleo foi, evidentemente, a “Iraq Petroleum Company”, sediada em Londres. Ao rebentar a Segunda Guerra (1939-1945) ainda lá estavam e, mal terminadas aquelas hostilidades, logo iniciaram outras, com a reorganização arbitrária daquela zona do Oriente Médio, devido à criação do estado de Israel.

Após a experiência monárquica, foi estabelecida a República do Iraque, em 1958, seguida de uma série infindável de golpes de estado e conluios de influências externas, alternando ingleses, americanos e russos por sobre o infindável pano de fundo do ódio entre sunitas, xiitas e curdos. A 15 de julho de 1979, o general sunita Saddam Ussein al-Tikriti assumiu o poder, fazendo executar toda a oposição e gaseando 5000 curdos em Halabja, no norte da Mesopotâmia.

Que longe se estava do Jardim do Éden e da génese das civilizações do mundo! 


                              ***


Como escreve Samuel Noah Kramer no seu livro “From the tablets of Sumer”, “ o próprio nome de Suméria havia-se apagado da memória dos homens há mais de dois milénios. Terá sido provavelmente perto do final do quarto milénio a. C., há uns cinco mil anos, que os Sumérios tiveram a ideia de escrever sobre argila. Durante os séculos seguintes, os escribas e os letrados sumérios modificaram e aperfeiçoaram gradualmente a técnica da escrita. Terá sido cerca do terceiro milénio a. C. que escreveram sobre placas, prismas e cilindros de argila, um grande número das suas criações literárias, até então apenas divulgadas pela tradição oral. Foram datadas do segundo milénio a. C. um conjunto de vários milhares de placas e de fragmentos com inscrições de obras literárias sumérias. A maior parte foi exumada entre 1889 e 1900, em Nippur, uma antiga povoação distando umas dezenas de quilômetros da atual Bagdade, capital do Iraque. Estas placas encontram-se depositadas, na sua maior parte, no University Museum de Filadélfia e no Museu da Antiguidade oriental de Istambul. A maior parte das outras placas e fragmentos foram adquiridas por intermédio de traficantes e de escavadores clandestinos e não em escavações oficiais; atualmente, encontram-se quase todas nas coleções do British Museum, do Museu do Louvre, do Museu de Berlim e da Universidade de Yale. ”
Desde que foi redescoberta a Suméria, inúmeros investigadores procuraram traduzir a escrita cuneiforme gravada nas placas e contribuir para um melhor e mais completo entendimento daquela que, afinal, foi a mãe de todas as civilizações. Para além do já referido Samuel Noah Kramer, professor de assiriologia da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, poderão referir-se outros nomes ilustres, como o de Arno Poebel, a quem Kramer dedica o seu livro e com quem trabalhou no Dicionário Assírio do Oriental Institute, bem como Anton Deimel, investigador do Vaticano e autor do “Schumerisches Lexicon”, Edward Chiera, Thorkild Jacobsen e muitos outros.
Todos esses grandes eruditos sumerólogos representam a versão académica da questão, e as suas publicações, dirigidas a um público qualificado, são, forçosamente, de âmbito restrito. Mas para além da tentativa de Kramer com o já citado livro “A História começa na Suméria”, que obteve um razoável êxito, quem procurou romper aquele círculo e levar ao grande público a notícia da descoberta de uma outra História, foi Zecharia Sitchin, com as suas polémicas “Crónicas da Terra”.  Acusado de inúmeras imperfeições e erros nas suas obras teve, no entanto, o mérito e a coragem de as apresentar como uma visão dinâmica de conjunto, que estilhaçou o imobilismo museológico e pôs “tudo a mexer”, como num filme, através de uma sucessão de livros que eram outros tantos quadros vivos e que constituem, de fato, o esboço de uma História alternativa da Humanidade.
Refira-se que a visão de Sitchin coincide com aquela que nos é transmitida pelas traduções académicas, no que respeita às questões essenciais referidas: presença de “deuses” na Terra, ou de seres vindos do espaço, com um grau de civilização muitíssimo mais avançado e que criaram o Homem adâmico de maneira inexplicável para a ciência e a historiografia oficial. Refira-se ainda que a designação de Nibiru como o suposto planeta de onde provieram os Anunnaki (que alguns autores dizem ser Vénus e outros Júpiter), também é referida em textos babilónicos com, pelo menos, 3.000 anos de idade. E que muitos outros textos e representações artísticas, ainda mais antigas, não só confirmam como assinalam, detalhadamente, um prodigioso “caminho das estrelas” percorrido pelos “deuses” na sua jornada para a Terra...
De fato, Sitchin evidencia que “ centenas ou milhares dos textos e ilustrações encontrados tinham a ver com a astronomia. Entre eles há listas de estrelas e constelações com a sua localização correta, e manuais para observar a saída e o ocaso de estrelas e planetas. Há textos que fazem uma relação dos planetas que orbitam o Sol na sua ordem correta e, inclusive, um desses textos dá as distâncias entre os planetas. E há ilustrações que detêm pelo menos 4.500 anos de antiguidade que representam o Sistema Solar completo, em cujo centro se encontra o Sol (não a Terra), orbitado por todos os planetas que conhecemos na atualidade, com os seus tamanhos relativos e a sua ordem correta. ”
Também é muito esclarecedor o fato dos textos Sumérios indicarem a Terra como o sétimo planeta, quando a contagem tradicional, a partir do Sol, a indica como sendo o terceiro. Mas, simplesmente, a ordem suméria, apoiada nos conhecimentos transmitidos pelos Anunnaki, inicia-se de FORA para dentro, isto é, de quem vem do espaço exterior e entra no Sistema Solar; e, nessa enumeração, a Terra é, de fato, o sétimo planeta...
Ou seja, polémicas à parte, existe a prova factual e indiscutível de que muitas das grandes descobertas astronómicas de hoje já eram conhecidas no tempo dos sumérios...
Por isso assinala Sitchin: “ será possível que a humanidade tivesse saído das épocas obscuras e da Idade Média, que chegasse ao Iluminismo e passasse a Revolução Industrial, que tivesse entrado na era da alta tecnologia, da engenharia genética e dos voos espaciais, simplesmente para se colocar à altura, em termos de conhecimento, do homem da antiguidade? ”...
Os livros de Zecharia Sitchin obtiveram um êxito estrondoso em inúmeros países, mas, ainda assim, correspondem apenas a uma gota de água a cair no solo do deserto. Mas quem sabe o que essa gota, sistematicamente a irrigar a terra, poderá ainda originar? .... Compreende-se que os poderes ameaçados não deixassem ao acaso uma questão tão explosiva.
Então como resolveram (mesmo que provisoriamente) o problema?
Muito simplesmente, escamoteando e manipulando; ou seja, por um lado, afastando dos “media” as notícias e desmontando a importância das que não foram filtradas, com técnicas de desinformação, acrescentando-lhes mesmo a troça e a galhofa; por outro lado, utilizando a peculiar aridez académica para transmitir o resultado das pesquisas e respetivas traduções, que somente vieram a lume na segunda década do séc. XX e sempre com a mais estrita sobriedade noticiosa.
A Suméria foi, assim, afastada (pelo menos, durante mais um período indeterminado de tempo) da consciência da humanidade.
Refira-se que naquele mesmo território iraquiano onde ela floresceu, o mundo civilizado ficou profundamente chocado com as imagens televisivas do saque do Museu Nacional, por facínoras, dias depois da queda de Saddam Hussein. E ficou igualmente chocado com a destruição deliberada de muitos monumentos considerados como Património da Humanidade, no mesmo Iraque, na Síria e noutros pontos do Oriente, levadas a cabo pelo fanatismo religioso, impregnado de ignorância e malvadez. No entanto, praticamente ninguém reagiu ao fato dos poderes que nos governam haverem manipulado a descoberta, assente em sólidas provas documentais, de uma nova e completa história da origem humana, assim como o registo da presença de vida inteligente em outras partes do sistema solar e da sua interação com o homem....
 Não constituirá esse fato de “lesa consciência” o pior de todos os crimes contra a Humanidade?




3 - CRIAÇÃO VERSUS EVOLUÇÃO
















Durante os primeiros dezoito séculos da história cristã, e com algumas extensões radicais à atualidade, a Igreja teimava que a Terra detinha 6.000 anos de idade e que havia sido criada em seis dias, tal como, literalmente, relata o livro do Génesis. No entanto, a Ciência calcula que a idade da Terra seja, aproximadamente, em 4,56 bilhões de anos.... Uma diferença inconciliável, brutal e avassaladora!
A teoria da Igreja baseava-se na soma das genealogias descritas no Génesis, calculando para trás, a partir de Abraão. Tal contagem conduzia àquele número peculiar que concorda, também, com os mais ou menos 5.700 anos do calendário judaico. Teria sido, então, no início dessa tabela, que um Ser único e absoluto, a que chama de Deus e também de Yahveh ou Jeová, criara o Universo em seis dias, descansando no sétimo. Assinale-se que, conforme o texto bíblico, foi no sexto dia que Deus criou os animais e que, por fim, fez o homem e a mulher à sua semelhança.
Essa crença de que a vida, a Terra e o universo resultaram da criação de um agente sobrenatural, ou Deus, é onde assenta a teoria do “Criacionismo”, tão cara à Igreja Católica Romana. Esta teoria, no seu todo, começou a ser seriamente posta em causa pelos avanços da ciência, quando, em 1788, alguns destacados geólogos chegaram à conclusão de que a Terra detinha uma antiguidade muito superior à mencionada pela crença religiosa. 

Mas o mais explosivo da questão sucedeu em 1859, quando o cientista-naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809 – 1882), na sequência de estudos anteriores sobre o conceito de evolução que, inclusive, remontam a eruditos gregos do século IV a. C., publicou as suas próprias conclusões de que todos os seres vivos, incluindo o Homem, eram produto da evolução. O seu livro, intitulado “ Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida”, comumente conhecido apenas como “A Origem das Espécies”, constituiu nada menos do que uma bomba devastadora sobre as teorias criacionistas, tornando-se na nova “bíblia” do Evolucionismo.
Esta outra teoria defende, portanto, que a sobrevivência das espécies se encontra relacionada com a seleção natural, de acordo com o meio ambiente, e que resulta das mudanças, mais ou menos lentas, ocorridas ao longo dos tempos geológicos.
A reação da Igreja não podia deixar de ser, como foi, extremamente violenta. Mas à medida que a ciência avançava, confirmando e desenvolvendo fatos relativos à verdadeira idade da Terra, bem como à genética, à biologia e à antropologia, as críticas religiosas íam emudecendo e surgiam as primeiras vozes, dentro da Igreja, tentando conciliar os textos bíblicos com a teoria da Evolução. Foi o caso do teólogo jesuíta Teilhard de Chardin, que morreu em 1955 sem conseguir demonstrar uma visão integradora entre a ciência e a teologia, pois os seus esforços acabaram mal recebidos por ambas as partes. Pelo lado da Igreja, foi proibido de lecionar e de publicar as suas obras, sendo  enviado para um exílio disfarçado na China. Postumamente, a sua memória foi reabilitada pelos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco, um outro jesuíta, que, inclusive, afirmou que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo.
Talvez um dia surja um reconhecimento semelhante em relação com os segredos da Suméria.... Não somente por parte da Igreja, mas de quem torna oficial a História da Humanidade.

                         ***

 A verdade documentada é que, por volta do ano 4.000 a.C., se produziu na Suméria um repentino e acentuado avanço cultural e civilizacional, acompanhado por uma inacreditável revolução técnica, que adiantou a sociedade local em milhares de anos face ao processo natural de desenvolvimento.
Se atendermos às condicionantes deste processo natural, ligado às teorias evolucionistas de Darwin, poderemos constatar que o homem demorou cerca de um milhão de anos para perceber que podia fragmentar e afiar as pedras; que foram precisos mais quinhentos mil anos para que as transformasse, deliberadamente, em instrumentos de trabalho, e outros cinquenta mil para que descobrisse a metalurgia e os rudimentos da agricultura. Isto prova que as conquistas que marcaram a evolução do homem foram sempre muito lentas e difíceis e que nessa lentidão, própria de cada passo, decorreram ciclos inteiros pré-históricos. Mas, de súbito, dá-se um salto prodigioso na evolução, com o surgimento, aparentemente espontâneo, do Homo sapiens.
Inexplicavelmente para as leis observadas pelo processo natural, terá ocorrido algo misterioso que rompeu esse processo, deixando os historiadores estupefatos e os darwinistas perdidos.
Segundo a evolução natural, o homem de hoje teria forçosamente que ser o que ainda são algumas tribos de África e da Austrália e a sua elite civilizacional estaria, ainda, a uma larguíssima distância da mais elementar compreensão da matemática… Mas o que quer que tenha provocado aquele salto, permitiu que o homem, apenas 6.000 anos passados, se lançasse na conquista do espaço! ...
O que terá quebrado a cadeia natural e se encontra por detrás de tudo isto? Seja ou não oficialmente admissível, os textos inscritos nas placas de argila sumérias respondem a esta questão.
Como explica Zecharia Sitchin, “o hominídeo do gene Homo é um produto da evolução, mas o Homo sapiens é o produto de um acontecimento repentino e revolucionário. Surgiu inexplicavelmente há cerca de 300.000 anos, alguns milhões de anos antes da sua época provável.
 Os peritos não encontram explicação para isso, mas nós sim. Os textos sumérios e babilónicos também a têm, assim como o Antigo Testamento. O Homo sapiens, o homem moderno, foi criado pelos antigos deuses. (...)
Os Nefilim não criaram os mamíferos, nem os primatas, nem os hominídeos. “O Adão” da Bíblia não era do gene Homo, mas do ser que é o nosso antepassado, o primeiro Homo sapiens. O que os Nefilim criaram foi o homem moderno, tal como o conhecemos.
A chave para compreender este fato crucial encontra-se no relato do episódio em que despertam a Enki para o informar que os deuses haviam decidido formar um adamu e que a sua tarefa consistia em encontrar os meios necessários, ao que respondeu Enki:
«A criatura cujo nome proferiram EXISTE! »
E acrescenta:
“Apliquem sobre ela” – sobre a criatura já existente – “a imagem dos deuses”.
Neste relato se encontra a resposta cabal para o enigma: os Nefilim não “criaram” o Homem do nada, pelo contrário, tomaram uma criatura já existente e manipularam-na, para “aplicar sobre ela” a “imagem dos deuses”.
Nesta questão fundamental, Zecharia Sitchin não está só. De fato, o categorizado académico Samuel Noah Kramer descreve assim a mesma cena, retirada de uma composição suméria que narra a criação do homem: “O poema começa por considerações relativas às dificuldades dos deuses na procura de alimentos, especialmente depois de terem surgido as divindades femininas. Os deuses lamentam-se, mas o deus da água, Enki – que teria podido vir em seu auxílio, visto que é o deus da sabedoria -, está deitado e dorme tão profundamente que não os ouve. A sua mãe, o mar primordial, “mãe de todos os deuses”, leva as lágrimas deles à presença de Enki e diz-lhe:

“Ó meu filho, levanta-te da tua cama, do teu... faz o que é sábio.
Modela servos dos deuses, possam eles produzir os seus duplos (?). ”

Enki reflete, toma a chefia da legião dos “bons e magníficos modeladores” e diz a sua mãe, Nammu, o mar primordial:
“Ó minha mãe, a criatura cujo nome tu pronunciaste, existe,
Ata-lhe a imagem dos deuses;
Mistura o coração da argila que há sobre o abismo,
Os bons e magníficos modeladores hão-de amassar a argila,
Tu trarás os membros à existência;
Ninmah (a deusa-mãe da Terra) trabalhará sobre ti,
As deusas (de nascimento) .... permanecerão junto de ti enquanto modelares;
Ó minha mãe, decreta o seu (do recém-nascido) destino,
Ninmah atar-lhe-á a imagem (?) dos deuses,
É o homem ....”

Refira-se que, inicialmente, e tal como foi referido por Noah Kramer, o propósito dos Anunnaki seria o de formar trabalhadores capazes de os servir. Este insuspeito académico americano defende que os sumérios “ estavam firmemente persuadidos de que o ser humano era moldado em argila e fora criado com um único propósito: servir os deuses, fornecendo-lhes o alimento, a bebida e habitações, de modo que eles pudessem dedicar-se em inteira paz às suas atividades divinas. ”
Também Sitchin refere que “todos os textos sumérios indicam que os deuses criaram o homem para fazer o trabalho que era deles”. Este autor defende que a sua própria leitura dos textos o levou a conjeturar (e agora, sim, são conjeturas) que os Anunnaki vieram à terra em busca de ouro para corrigir uma crise atmosférica no seu planeta de origem. Teria sido esse trabalho mais duro de mineração que os levou a amotinar-se e a exigir uma outra mão de obra. Seja como for, na “Epopeia da Criação” babilónica encontram-se estas palavras proferidas por Marduk:
“Eu produzirei um primitivo inferior;
“Homem” será seu nome.
 Eu criarei um trabalhador primitivo;
 Ele será encarregado do serviço dos deuses,
 Para que estes possam ter seu descanso. ”

Então, prossegue Sitchin: “Os próprios termos pelos quais os sumérios e acádios chamavam o “homem” revela-nos seu status e finalidade: ele era um lulu (“primitivo”), um lulu amelu (“ trabalhador primitivo”), um awilum (“labutador”). Esta ideia de o homem haver sido criado para ser um servo dos deuses não chocou em nada os povos antigos. Nos tempos bíblicos, a deidade era “senhor”, “soberano”, “rei”, “governante”, “dono”. O termo habitualmente traduzido como “adoração” era, de fato, avod (“trabalho”). O homem antigo e bíblico não “adorava” seu deus – trabalhava para ele.
Mal a divindade bíblica, tal como os deuses dos relatos sumérios, acabara de criar o homem, logo essa mesma divindade plantou um jardim e designou o homem para ali trabalhar:

“E Yahveh Deus tomou o homem
E colocou-o no Jardim do Éden
Para que o arasse e cuidasse. ”

Mais adiante, a Bíblia descreve a Deidade “passeando no jardim à hora da brisa” agora que o novo ser criado estava lá para velar pelo Jardim do Éden. A que distância está esta versão dos já citados textos sumérios que descrevem como os deuses exigiam trabalhadores para que eles pudessem descansar e distrair-se?
Nas versões sumérias, a decisão de criar o homem foi adotada pelos deuses em assembleia. Significativamente, o livro do Génesis, que pressupostamente exalta as realizações de uma única deidade, usa o plural Elohim (literalmente, “deidades”) para denotar “deus”, e relata uma espantosa observação:

E Elohim disse: 
 Façamos o homem à nossa imagem,
 E semelhança”.

A quem se endereçava a única, mas plural deidade e quem eram os “nós” a cuja imagem plural o homem iria ser feito? O livro do Génesis não nos fornece a resposta. Depois, quando Adão e Eva comeram o fruto da Árvore da Sabedoria, Elohim emitiu um aviso aos mesmos companheiros anónimos: “Observem, o homem tornou-se um de nós, conhecedor do bem e do mal. ”
Portanto, conclui Zecharia Sitchin, “o Homem é o produto da evolução; mas o Homem moderno, Homo sapiens, é o produto dos “deuses”, uma vez que há cerca de 300.000 anos, os Nefilim tomaram um homem-macaco (Homo erectus) e nele implantaram a sua própria imagem e semelhança.
Não existe conflito algum entre a evolução e os relatos da criação do Homem do Oriente Médio. Muito pelo contrário, ambos se explicam e se completam mutuamente. Porque, sem a criatividade dos Nefilim, o homem moderno ainda estaria a milhões de anos de distância da sua posição atual na árvore da evolução. ”
Uma justificação assaz surpreendente mas que explica, por completo, a questão do “elo perdido”, e que agora reclama ser devidamente corrigida na História da Humanidade.



4 - A SERPENTE DO ÉDEN











A criação do Homem como Trabalhador ao serviço dos deuses terá sucedido no País das Minas onde, naquela altura, se encontrava Enki e que se situa no continente africano. Mas depressa Enlil, que habitava na Suméria, o reclamou também para os seus domínios. Por isso o livro do Génesis afirma que “ o Adão” foi levado ao oriente,  isto é, à Mesopotâmia, para trabalhar do Jardim do Éden.
Sitchin assinala que depois de Enki e a deusa Mãe Ninhursag terem conseguido um protótipo humano mais adequado, ter-se-ão iniciado técnicas de produção em massa, com a “implantação de óvulos geneticamente tratados numa linha de “deusas do nascimento”, conhecendo-se, antecipadamente, que metade engendraria varões e a outra metade fêmeas. Tais relatos, não só descrevem o processo como o Homem foi “manufaturado”, como sugerem que aquele mesmo Homem não pudesse ainda procriar por si mesmo. ” No entanto, os relatos sumérios acrescentam que, num momento posterior, Enki terá conseguido aperfeiçoar o Trabalhador Primitivo e criado, finalmente, o Homo sapiens, “o Adão” completo e verdadeiro e que, a partir daí, teria a sua própria descendência.
O Génesis descreve o Jardim do Éden como o lugar onde sucedeu o episódio que os estudiosos bíblicos e os teólogos classificam como a primeira Queda do Homem: Adão e Eva, estavam autorizados a alimentar-se e a usufruir de tudo que havia no Jardim, mas não podiam tocar no Fruto da Árvore do Conhecimento. No entanto, apesar de se tratar de uma única excepção, não conseguiram respeitá-la e ocorreu a tragédia...
Ao justificar-se perante Yahveh Deus, o homem culpa a mulher e ela
atribui a responsabilidade a uma misteriosa “serpente” que a havia
 seduzido, ao dizer-lhe que podia comer do Fruto pois “de nenhuma maneira morreriam. Deus sabia muito bem que, no dia em que o comessem, se lhes abririam os olhos e seriam como deuses, conhecedores do bem e do mal. ” 

Sitchin explica que “a palavra bíblica para “serpente” é “NAHASH”. Mas esta palavra provém da raiz NHSH que significa “decifrar”, “descobrir”; de modo que “nahash” também pode significar “aquele que pode decifrar” ou “o que faz descobrir coisas”, um epiteto correspondente a Enki, o cientista chefe, o Deus do Conhecimento dos Nefilim. ” E acrescenta que Enki “emerge nos textos, por regra geral, como o protagonista da Humanidade, enquanto Enlil é quem impõe a disciplina aos novos seres, quando não se converte no seu claro antagonista. ”

Os textos sumérios também referem que, em algum outro momento, Enki e Ninharsag aperfeiçoaram a sua criação e não mais permitiram que ela continuasse escrava. Utilizando o seu próprio material genético, influíram decisivamente na “argila” inicial, isto é, no ADN do ser humano primitivo, criando um modelo perfeito de Homem, a que chamaram “Adapa”. Tal terá sucedido em Eridú, a primeira cidade da Suméria e domínio exclusivo de Enki, pois os textos relatam que Adapa ali frequentava, diariamente, o santuário, chegando a ser nomeado Sumo Sacerdote, pois seu pai o havia dotado “com um amplo entendimento, revelando todos os projetos da Terra”. Acrescentam os textos que Adapa foi apelidado de NUN.ME, ou “Aquele que decifrou os ME”, as Tábuas do Destino...
 
Terá sido essa uma versão posterior do Jardim do Éden? 
 
É claro que Enlil se sentiu ainda mais ameaçado com o surgimento de Adapa e os registos sumérios referem a sua fúria com Enki, por haver dotado com o dom do conhecimento uma raça escrava.
 
Também o “Enuma Elish” sul americano, ou seja, o “Popol Vuh”, considerado também como a “Bíblia Maia” e que descreve,à sua maneira, o mesmo mito da criação, relata deste modo a inquietação dos progenitores do homem:

 “Não é bom que as nossas criaturas devam saber disso. Por acaso devem elas ser como nós, seus criadores, que podemos conhecer tudo e tudo vemos? Devem elas ser deuses? ”


Foi Enlil quem expulsou “Adão e Eva” do “Paraíso”, dizendo para os outros deuses: “eis o homem que se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal! Agora, cuidado, não se estenda a sua mão e prove também da Árvore da Vida, e comendo dela viva para sempre. ”  São palavras do Génesis, que continua assim: “ E Yhaveh Deus o baniu do jardim do Éden, para que lavrasse o solo de onde havia sido tomado. E havendo expulsado o homem, colocou querubins diante do jardim do Éden, com a chama vibrante da espada, para guardar o caminho da Árvore da Vida. ”

O Adão bíblico, graças a Enki, havia conseguido “ser como deus, conhecedor do bem e do mal”, mas havia fracassado em conseguir de imediato a vida eterna, outro atributo dos deuses, pois fora-lhe vedado o acesso à arvore da vida. Teria, então, que buscar o caminho de um outro modo, pelo seu próprio esforço. Mas, obviamente, com a ajuda velada de uma determinada “serpente”, ao qual estava e continua associado...

Acrescente-se que o simbolismo em causa, para além das tradicionais associações à sabedoria e à alma, tem tudo a ver com a informação genética de um indivíduo ou ser vivo, isto é, com o ADN, cuja estrutura em dupla hélice se assemelha com duas serpentes entrelaçadas.

 O deus Enki ficou conhecido como “A Serpente” porque ofereceu ao Homem o "Fruto do Conhecimento"; isto é, envolveu-se geneticamente com o ser humano e ofertou-lhe os segredos do seu próprio ADN divino.




    
                                 
5 - ÁGUAS TURVAS





















Não se sabe quando nem porquê, mas as tábuas sumérias revelam que, em determinado momento, foi permitido aos seres humanos regressar do exílio a que haviam sido condenados e regressar à Mesopotâmia, para viver junto dos deuses. Segundo alguns estudiosos, tal terá ocorrido no tempo de Enós ou Enosh, filho de Set e neto de Adão. Sabendo, pelo livro do Génesis, que Adão viveu 930 anos e Set 912, mas que gerou Enós quando tinha 105 anos, podemos calcular que o regresso à Mesopotâmia poderá ter sucedido, mais ou menos, um milénio depois do desterro.

Como se não chegasse a informação bombástica sobre a convivência de deuses e homens na Terra, os relatos sumérios vieram também a revelar-se como fontes de livros sagrados, como o já tão citado Génesis do Antigo Testamento e muitos outros da tradição judaico-cristã-muçulmana, mas com um problema acrescentado:  não só ampliavam e completavam a informação neles contida como, em inúmeras passagens (como se viu nos relatos sobre a formação do Homem), se mostravam diferentes da escritura canónica aprovada.
A este propósito, escreveu Laurence Gardner no seu livro “A Estirpe do Santo Graal”: “Os relatos históricos eram familiares, e os personagens e os lugares facilmente reconhecíveis como protótipos integrantes do Antigo Testamento, mas os diversos conteúdos eram tão diferentes da escritura aprovada que a sociedade doutrinada e as autoridades que a governavam se sentiram imediatamente ameaçadas. ” 
E com razão!
Suponho que a estupefação deve ter sido a mesma que sentiram os profetas Daniel, Ezequiel e Jeremias, que se encontravam entre os judeus prisioneiros de Nabucodonosor, em Babilónia, ao descobrir que os seus carcereiros possuíam escrituras antigas que explicavam detalhadamente o seu passado judaico, incluindo a génese de Adão...
De fato, os peritos em estudos bíblicos afirmam que foi precisamente durante o cativeiro da Babilónia que foram redigidos os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco, que os judeus chamam de Torá, e que tradicionalmente são atribuídos a Moisés. Sabe-se, agora, que foram todos eles baseados nos escritos sumérios a que os judeus ali tiveram acesso.  
Um outro exemplo da incómoda similitude que levou à “discrepância concordante” entre as Escrituras foi uma descrição do Dilúvio, onde o até aí desconhecido rei sumério Ziusudra, descrito como piedoso e temente aos deuses, correspondia indubitavelmente à figura bem conhecida de Noé, uns bons milénios antes de ser escrita a Bíblia!
No episódio em questão, Ziusudra encontra-se junto de uma muralha quando uma voz divina lhe anuncia que a assembleia dos deuses decidiu provocar um dilúvio e “ destruir a semente do género humano”. É o deus Enki, que discordara da resolução da assembleia, quem avisa, em segredo, a Ziusudra e o faz construir uma enorme barca ou arca.
Vejamos alguns excertos do poema sumério, transcritos pelo professor Arno Poebel:
 
 “ Então Ziusudra, o rei, o pashishu de ....
   Construiu um gigantesco .... ;
   Humildemente, obediente, reverentemente, ele ....
   Diariamente ocupado, constantemente ele ....
   Produzindo toas as espécies de sonhos, ele ....
   Invocando o Céu e a Terra, ele ...,
   .... os deuses uma muralha ....,
   Ziusudra, de pé a seu lado, escutava.

“Permanece junto à muralha à minha esquerda ....,
 Junto da muralha eu dir-te-ei uma palavra, escuta a minha palavra,
 Ouve as minhas instruções:
 Por nosso... um dilúvio varrerá os centros do culto;
 Destruir a semente da humanidade ....
 É a decisão, a palavra da assembleia dos deuses.
 Por ordem emitida por An e Enlil ....
 A sua realeza, a sua lei (ser-lhes-á posto fim). ”


“Todos os vendavais, muitíssimo poderosos, atacaram em conjunto,
 Ao mesmo tempo o Dilúvio assolou os centros do culto.

Depois de, durante sete dias e sete noites,
O Dilúvio ter assolado a Terra
E o grande barco ter sido sacudido pelos vendavais sobre as águas imensas,
Utu, aquele que espalha a luz no Céu e na Terra, surgiu,
Ziusudra abriu uma janela do grande barco,
O herói Utu introduziu os seus raios dentro do gigantesco barco.

Ziusudra, o rei,
Prosternou-se perante Utu,
O rei mata um boi, abate um carneiro. ”


“Ziusudra, o rei,
Prosternou-se perante An e Enlil.
An e Enlil trataram Ziusudra com ternura,
Vida como a um deus lhe deram;
Respiração eterna como a um deus lhe ofereceram.
Então, a Ziusudra, o rei,
O preservador do nome da vegetação e da semente da humanidade,
Na terra da encruzilhada, a terra de Dilmun, o lugar onde o Sol nasce, fizeram-no morar. “



Claro que as semelhanças com o Dilúvio bíblico, que deste original foi decalcado, são por demais evidentes. Mas o que dizer dos deuses que o determinaram e que, no final, acabaram por perdoar a Ziusudra e à humanidade?

E, mais uma vez, como explicar a presença desses deuses na Terra?...

Foram estas e outras questões fizeram saltar os alarmes dos poderes religiosos e políticos, seus aliados, e que tudo fizeram para manter esta informação longe da sociedade por eles controlada. Mas a verdade é que nem sequer foi necessário um grande esforço, pois a sociedade preferiu manter-se sob a segurança de uma descrição histórico-religiosa conhecida, em vez de encarar factos que poderiam fazer ruir os pilares onde ela, comodamente, se apoiava...
Resultado: o dogma não só sobreviveu como acabou por se impor a toda a evidência documental, e aquela versão "oficial" da origem do homem, “religiosa-social e politicamente correta”, continuou, inalterável e placidamente, a ensinar-se nas igrejas, escolas e universidades.
E assim prossegue.
No entanto... “E pur si muove!, como disse Galileu ao ser forçado pela Inquisição a desdizer a teoria heliocêntrica.




6 – O APOGEU E O OCASO DOS DEUSES















Houve um estremecimento ao crepúsculo e o homem subiu a bordo do barco.
Esse homem era o Noé descrito pela “Bíblia” (o rei sumério Ziusudra ou o Utnapishtim babilónico, segundo a “Epopeia de Gilgamesh”), e o estremecimento era o sinal que lhe havia sido comunicado por Enki de que o dilúvio estava prestes a começar.
Todos sabemos o que aconteceu depois e, se foi uma tragédia colossal para a humanidade, também punha em causa um esforço de 120 shar’s, isto é, de 432.000 anos, desde que os deuses haviam chegado à Terra. Felizmente para ambas as partes, e apesar da extinção do homem haver sido desejada por Enlil, a história da vida humana neste planeta azul pôde prosseguir, restabelecendo-se uma nova aliança com a divindade.
O dilúvio era inevitável, provocado por uma série de fatores naturais que se desencadearam após um período de aquecimento global, iniciando uma idade do gelo ao longo de milhares de anos. Foi a causa da desaparição do Homem de Neandertal da Europa, ficando ainda o Homem do Cro-Magnon, estabelecido no Médio Oriente. Mesmo assim, segundo o “Génesis”, Yahveh foi peremptório: “ Vou exterminar da face da Terra o homem que criei. ” 

Para o cumprimento dessa sentença seriam suficientes as dramáticas condições naturais em contínuo agravamento, mas a essa "bomba-relógio" foi ainda  ainda acrescentado o tremendo choque eletromagnético desencadeado pela aproximação de Nibiru, que fez com que tudo se precipitasse.  O Dilúvio chegou, assim, de modo antecipado e a devastação foi total e aterradora; depois, com tudo passado, terminou abruptamente a idade do gelo.
Enquanto decorria a inundação, os Anunnaki observavam a Terra do espaço, através das vigias das suas naves, e todos estavam profundamente consternados. Os textos de Gilgamesh são explícitos:

Isthar gritava como uma mulher dando à luz:
 Os dias antigos foram de novo convertidos em argila..."
E os deuses Anunnaki choravam com ela.
Os deuses, humildes todos, sentavam-se chorando;
Seus lábios apertados... um e todos. "
No entanto, Enki não se encontrava entre eles. O Senhor do Abzu, o Abismo situado algures nas profundidades da Terra, aguardava placidamente nos seus domínios, porque era o único que sabia que a semente da humanidade não desapareceria com o desastre.
Desta informação podemos inferir que Enki, que gozava de um estatuto especial entre os Anunnaki (vários textos referem que enfrentava Enlil de igual para igual), era também Senhor absoluto daqueles domínios, pois todos os outros deuses haviam abandonado a Terra nas suas naves em vez de ali terem buscado refúgio.

Sozinho e com o olhar pousado no futuro, o deus Enki esperava pelo homem que embarcara na arca, à sua ordem.

                              ***
Como assinala Zecharia Sitchin, "o Dilúvio foi decisivo, tanto para os assuntos dos deuses como para os dos homens, assim como para as relações entre ambos. Os terrestres, que haviam sido criados para servir os deuses e trabalhar no seu lugar, foram tratados, a partir daí, como companheiros subalternos, num planeta devastado."

Por isso, a seguir ao dilúvio, os Nefilim “ criaram as quatro regiões”, três destinadas ao homem e a quarta reservada a eles mesmos, rotulando-a de “sagrada”, onde restabeleceram a sua base espacial que ficou, de novo, sob o comando de Utu/ Shamash. As outras três regiões foram a Mesopotâmia, o Vale do Nilo e o Vale do Indo, surgidas por esta ordem.

A Mesopotâmia, com a Suméria dos povos semitas à cabeça, foi a primeira das grandes civilizações da humanidade. Cerca de meio milénio depois, e acesa pela chama da Mesopotâmia, surgiu a luz do Egito e, um milénio após, igualmente com origens mesopotâmicas, nasceu a civilização admirável do Vale do Indo.
Ainda segundo Sitchin, “ na bíblica “Barra das Nações” encontra-se indicada a expansão da humanidade, suas terras e reinos, como consequência da divisão em três ramos, logo depois do dilúvio. Assim, descendendo dos três filhos de Noé e recebendo seu nome, haviam os povos e as terras de Sem, que habitaram a Mesopotâmia e as terras do Oriente Médio; os de Cam, que povoaram o Norte de África e partes da Arábia; e os de Jafé, os indo-europeus, que se estenderam pela Ásia Menor, Irão, Índia e Europa. ”
E acrescenta: “As duas civilizações satélites (Egito e Indo) foram planeadas e trazidas à luz do dia por decisão deliberada dos Nefilim, para evitar o perigo de uma só raça humana unificada na cultura e objetivos. ” Tal decisão, certamente relacionada com a questão bíblica da Torre de Babel, deverá ter sido tomada também porque a humanidade se encontrava com um índice demográfico que ultrapassava em muito os Nefilim, e não parava de crescer, para além dos avanços culturais e civilizacionais que apontavam às mais altas realizações.
Estes, no entanto, haviam proporcionado aos homens a possibilidade desses progressos pois, ainda segundo Sitchin, “ não só a presença dos Nefilim, como também as chegadas periódicas de Nibiru às proximidades da Terra parecem estar por detrás das três fases decisivas da civilização humana pós-diluviana: a agricultura, cerca de 11.000 a. C., a cultura neolítica, cerca de 7.500 a. C. e a súbita civilização do ano 3.800 a. C. aconteceram com intervalos de 3.600 anos". 

Foi o apogeu resplandecente da Suméria. Deuses e Homens ali coabitaram numa época de ouro sem igual na História e profusamente documentada pelos textos reproduzidos na Biblioteca de Assurbanípal.
Com o crescimento incontrolado da população, que não parava de aumentar, os deuses decidiram criar intermediários entre eles e a massa humana. Foi assim que, depois da realeza divina surgida do céu, se estabeleceu a realeza humana na Terra. Estes novos reis- homens, designados pelos deuses, deveriam providenciar e garantir o serviço perfeito aos mesmos, transmitindo as suas leis e ensinamentos ao povo em geral.
Foi assim criada uma determinada linhagem real, transmitida pelo sangue, veículo que permitia aceder aos segredos divinos. Essa linhagem, milénios depois, ficou conhecida como sendo a do Graal. Infelizmente, com o passar das eras, tudo se terá perdido ou corrompido e as linhagens reais de agora serão meras alegorias da original.
Com a multiplicação de reinos, cidades e povoações, e com a deslocação constante entre eles, determinada pelo comércio ou pelos conflitos, tornou-se necessário relembrar às massas quem era o seu deus, não o confundindo com o dos demais territórios, ou com aqueles outros deuses que também supervisavam áreas especificas da atividade humana. Para isso começaram a estabelecer-se inúmeros templos onde se cultuavam os deuses respetivos, a cargo de sacerdotes e sacerdotisas especializados nesses cultos diferenciados, a levantarem-se estátuas e monumentos nas cidades aos diversos deuses, etc., etc.
Terá sido assim que começou o paganismo.

É claro que a proliferação de deuses protetores conduziu também a uma proliferação de ideias, e tudo isso levou a um avanço civilizacional notável, com reflexos na arquitetura, na filosofia, na ciência e em todos os outros campos da atividade e do pensamento humano, originando o nascimento de um dos períodos culturais mais elevados da antiguidade.

                          ***

Enquanto isso, os deuses principais como que se haviam retirado, deixando que seus filhos tomassem a primazia. No caso de Enki e Enlil, a sua rivalidade existencial foi herdada também por aqueles e acabou por conduzir a ferozes lutas pela supremacia, inclusive com a possível utilização de armas nucleares.

Recorde-se que os Anunnaki constituem uma raça ou hierarquia de seres que se encontra milhões de anos mais avançada do que o homem (que, por isso, a considerou "divina"), mas que não deixa de estar igualmente sujeita às condicionantes da evolução. Digamos que o "Grande Criador", que alguns chamam de Eterno, a utilizou na sua intrincada estratégia cósmica para fazer progredir o homem, mas isso não significa que todos os Anunnaki sejam de elevado nível espiritual. Aliás, quanto mais alto se está, maior é a queda e, como relata a Biblía a respeito dos Anjos, existem também Anunnaki "caídos", atuando somente em função dos seus interesses materiais.


De qualquer modo, um ciclo aproximava-se do seu final.

Com a destruição das suas bases no Oriente, muitos Anunnaki viraram-se, então, para as instalações no continente americano. Terá sido assim que surgiu o deus inca Viracocha, o mais destacado dos deuses andinos e figura central da Porta do Sol de Tiwanaku, que corresponde a uma representação do filho mais novo de Enlil, Adad. O deus Viracocha, havendo criado o universo, o sol, a lua, as estrelas, o tempo atmosférico e a civilização da Terra, era caracterizado segurando um raio em cada mão, com lágrimas a caírem-lhe dos olhos, como chuva, e utilizando o sol em torno da cabeça, como coroa. O mito respetivo relata que o deus teria saído inicialmente do lago Titicaca, nos tempos da obscuridade, trazendo consigo a luz. Significativamente, as instalações da grande base Anunnaki na América do Sul, segundo Sitchin, situavam-se precisamente nas cercanias do lago Titicaca.

Terá sido dessa base que a maior parte dos deuses deixou a Terra, por volta do ano 600 a. C.
Do mesmo modo surgiu o deus asteca Quetzalcoátl, principal deidade do panteão centro-mexicano, que não é outro senão Ningishzida, filho de Enki, que no Egito havia tomado o nome de Thot e na Grécia Hermes, sendo Júpiter para os romanos. Para além dos atributos inerentes a esses nomes passados, Quetzalcoátl representava a ascensão das energias telúricas e por isso era figurado como uma Serpente Emplumada. Oferecia a essência da vida, que se apoiada no alimento físico e, portanto, na abundância das colheitas e da vegetação, mas que, sobretudo, apontava e fornecia a verdadeira nutrição, através da elevação espiritual. 
A presença destes deuses nas Américas Central e do Sul assinalava, também,  que o ciclo dos Anunnaki junto com os homens estava, realmente, a esgotar-se. Organizava-se já o regresso a casa, com o retorno próximo de Nibiru. 

Tal como sucedeu no final da trilogia do visionário J.R.R.Tolkien, relativamente aos Elfos, terminava uma era no mundo e uma outra se apresentava no horizonte: a era dos homens.
E todos os Anunnaki deixaram a face da Terra.
No entanto, alguém se preocupou em assegurar que esse novo período teria condições para se desenvolver e frutificar em liberdade. Alguém que deixou no ADN do homem e da mulher uma espécie de “Fio de Ariadne”, para que cada um nunca se perdesse por completo no caminho.

Foi o Senhor do Abzu, Enki.




7 - O SEGREDO DO SEGREDO












 Até aqui, procurei apresentar os textos sumérios segundo uma visão científica e académica, mas assumidamente “externa”, isto é, assente no conhecimento intelectual dos seus principais estudiosos. No entanto, esta pesquisa não ficaria completa se não referisse também aquela outra visão, digamos que mais “interna”, em que as deduções mentais se associam a coordenadas de ordem espiritual, que não religiosas.
Nesta outra perspectiva, tomemos como ponto de partida o “Enuma Elish”, o referido mito da criação babilónico. A versão descoberta por Layard data do século VII a.C., mas, como assinalam os peritos, a composição do texto poderá remontar aos tempos de Hamurabi ou ao início da era cassita, cerca do século XVIII a. C., baseada em textos sumérios muito anteriores. Começa assim o “Enuma Elish”, traduzido como “Quando no alto”:
    Quando no alto não se nomeava o céu
     E em baixo a terra não tinha nome,
     Do oceano primordial APSU, seu pai,
     E da tumultuosa TIAMAT, a mãe de todos,
     Suas águas se fundiam numa,
     E nenhum campo estava formado, nem pântanos eram vistos;
     Quando nenhum dos deuses havia sido chamado à existência.

No seguimento desta narração mítica, os seres divinos primordiais, Apsu e Tiamat, criam inúmeros deuses, representando os vários aspectos do mundo físico. No entanto, esses novos deuses são demasiado tumultuosos e Apsu decide eliminá-los. O deus babilónico Ea (que corresponde ao Enki sumério), descobre o plano, antecipa-se e mata Apsu. Posteriormente, Damkina, esposa de Ea, dá à luz Marduk. Entretanto, Tiamat, enraivecida pela morte de Apsu, jura vingança e cria onze monstros para a levar a cabo. Tiamat casa com Kingu e coloca-o à frente dessas forças, que nem Ea nem Anu são capazes de derrotar. É então que surge Marduk, que enfrenta Tiamat, acabando por destruí-la e capturando os monstros seus aliados. Ainda segundo o mito, Marduk divide o corpo de Tiamat, utilizando metade para criar a terra e outra para criar o céu.

Claro que por detrás desta encenação mitológica, assim colorida e dramatizada para mais facilmente ser relembrada e transmitida, se ocultam outras realidades. Ou, pelo menos, outras possibilidades. Como aquela que se refere a um terrível desastre cósmico que terá ocorrido em pleno sistema solar, interpretado por dois planetas que chocaram entre si: o planeta Nibiru, lar dos Anunnakis, também chamado de “Marduk” no mito babilónio e que havia irrompido inusitadamente no sistema solar, e o planeta Tiamat que, segundo os sumérios, se situava entre Marte e Júpiter, provido dos seus satélites, ou do seu “exército”. O choque entre ambos terá resultado de um tremendo conflito gravitacional. 

Segundo Zecharia Sitchin, depois do desastre cósmico, Nibiru, cujo nome significa “Aquele que atravessa” (daí ser também chamado Planeta X) permaneceu incólume, mas, a partir daí, confinado a uma vasta órbita elíptica em torno do Sol com a duração de 3.600 anos. O mesmo não aconteceu com Tiamat, que foi brutalmente atingido e partido em duas metades: uma delas  converteu-se no grande “cinturão de asteroides”, também denominado por alguns como “Bracelete Martelado”, localizado, justamente, entre as órbitas de Marte e Júpiter, e a outra parte, projetada com violência em direção ao Sol, acabou por dar origem à Terra. 

Por isso, justificadamente, Sitchin afirma que a nossa Terra é “Tiamat reencarnada”, tendo-lhe sido associados todos os mitos referentes à Grande Deusa Mãe.

Os relatos tradicionais sumérios apontam a possibilidade (e acabou por ser essa a interpretação de Sitchin) de que, muito depois do desastre e já formada a crosta do novo planeta, criados os minerais, os vegetais, os animais e o homem, os Anunnaki ali tivessem desembarcado em busca de ouro. Não pelo que representava em termos de riqueza, mas porque seria a matéria prima necessária para resolver uma crise atmosférica no seu planeta natal. 

Deste modo, o primeiro explorador da Terra, vindo do espaço, foi aquele que acádios e babilónios chamaram de Ea, mas que não era outro senão o mesmo Enki sumério, Senhor das Águas do Abismo, da Mineração e da Metalurgia, mas, sobretudo, Alquimista e Mestre de Sabedoria. Isto terá acontecido há uns 450.000 anos atrás.
 
No prosseguimento dessa visita, e quando o trabalho se tornou demasiado duro para os Anunnaki, foi Enki quem alterou geneticamente os seres hominídeos que habitavam a Terra de então, criando a humanidade como uma raça auxiliar de “Trabalhadores Primitivos”, como se descreveu anteriormente. 

Manifestando um outro ponto de vista, questiona-se, com razão, William Henry: “ Tenho-me perguntado porque um mestre metalúrgico ou artesão de genes da mais reputada maestria, como Ea, teria precisado minerar ouro. Como pai da alquimia, certamente que teria a capacidade de fabricar todo o ouro que quisesse dos metais base...”

E acrescenta: “Para quê viajar à Terra por um elemento que é reputado existir, em grande quantidade, nos asteroides do espaço? Para que se deram a tanto trabalho pelo ouro e não por outros recursos abundantes na Terra, como a água? E também, em vez de uma arriscada bioengenharia, combinando o seu próprio ADN com o dos proto-humanos que habitavam a Terra, porque é que os “Resplandecentes”, (os Anunnaki) muito simplesmente, não utilizaram máquinas ou robôs para executar o trabalho? Se eram capazes de fabricar naves espaciais, porque razão não construiriam esses outros mecanismos também? ”

A resposta a tudo isto encontra-se na interpretação do vocábulo “ouro”.

Simbolicamente, o ouro expressa a iluminação espiritual e, portanto, encontra-se ligado à transcendência ou elevação da alma; corresponde ao brilho ou esplendor do corpo humano sob a ação do Espirito Santo.

Por outro lado, convém lembrar que Tiamat, como a Grande Mãe, detinha no seu útero, ou nas águas dos seus múltiplos e celebrados oceanos, o fluido sagrado da criação; isto é, constituía um "viveiro de almas".

Assim sendo, concordo plenamente com William Henry quando diz que “os seres do Planeta X (Nibiru) estavam primordialmente interessados em salvar almas. Um dos títulos de Ea era o de “Senhor das Águas”; intercambiando “Águas” por “Almas”, converte-se Ea no “Senhor das Almas”. E substituindo “Alma” por “Ouro”, como o fazem os alquimistas, torna-se concebível que a alegada crise que o Planeta X enfrentava, fosse espiritual e não material. “Fazer Ouro” é a busca do alquimista para transmutar a sua alma numa expressão mais elevada, numa apoteose, que o leva a se “fazer de Deus”. Pergunto: e se a atmosfera decadente do Planeta X, que Ea estava tentando reparar com ouro, fosse, realmente, uma atmosfera de almas em degeneração? Imagine-se que o Planeta X estava vivenciando uma profunda “crise de alma”, e que Ea veio à Terra em busca de almas para tornar a encher o seu planeta natal...”

Note-se que uma “crise de alma” não é algo tão difícil de conceber fora da mitologia, pois basta observar o estado do nosso mundo para perceber que é isso mesmo que sucede na Terra, hoje em dia....

Voltando, então, ao drama cósmico: uma vez que Nibiru cortou Tiamat em pedaços e as almas ali involucradas foram arrastadas para a Terra (surgida depois como a “reencarnação de Tiamat”, segundo Sitchin), a chegada de Ea ou Enki ao nosso planeta, com o intuito de salvar essas almas, corresponderia, antes de tudo, a uma espécie de “reparação” ou de resgate do karma de Nibiru perante Tiamat. Esse seria motivo mais do que suficiente para a presença dos Anunnaki, como a hierarquia criadora de corpos mais apropriados para as almas em desenvolvimento na Terra. E, em simultaneo, também poderiam resolver o karma de Nibiru, possivelmente descrito como a tal crise do ouro espiritual...

Por isso, em determinada altura, Enki segue um caminho diferente da vontade de outros deuses e decide criar uma raça avançada de humanos. Nesse momento, Enki e Ninhursag não projetam o corpo humano meramente como um instrumento, mas como uma arca ou recipiente para conter a alma. Como observa William Henry, “Alquimicamente, trata-se de um “instrumento de ressurreição”, destinado a elevar as almas de Tiamat da Terra e levá-las de volta para casa. ”

Note-se que esse plano ainda se encontra em execução na Terra e que para o seu cumprimento, ao longo das épocas, muitos outros seres divinos têm surgido no mundo a fim de ajudar a humanidade. Foi assim que se manifestaram Buda, Krishna, Zoroastro, Maomé, Jesus e tantos outros... O que só pôde acontecer porque o homem, de um só golpe, havia avançado milhares e milhares de anos e dispunha de uma alma e de uma inteligência suficientemente desenvolvida para entender quem era e o que transportava, permitindo o florescimento de uma consciência. A deturpação das suas doutrinas levou à criação das inúmeras religiões, mas o ponto comum de todas elas assenta no autoconhecimento, que dispensa intermediários e desperta a consciência necessária para cada um agir por si mesmo e dentro de si mesmo.

Ou seja, o ensinamento mais profundo jamais transmitido é aquele que poderá levar cada um, pelo seu próprio esforço, a ativar os segredos nucleares da transformação espiritual, que Enki implantou no ADN humano, e que poderão abrir “a porta do céu”...

Nesta perspectiva, poderemos considerar Enki como o primeiro Salvador da Humanidade, ou aquele que “minerou” cuidadosamente os corpos dos hominídeos terrestres através da engenharia genética, aperfeiçoando os vasos primitivos até chegar à constituição do homem moderno. E ao qual concedeu a faculdade de desenvolver todo o potencial espiritual do seu ADN, abrindo, também, a possibilidade de transformar a própria Terra, herdeira de Tiamat, numa escola de deuses.

E, a seu tempo, num Planeta Sagrado.


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Sendo assim, convém aprofundar um pouco mais a figura de Enki. E “aprofundar” será o termo mais apropriado, pois ele é o Senhor do Abismo ou das Profundidades, origem de todas as Águas do mundo –  Apsu em acádio ou Abzu, em sumério.

Recordemos que no Enuma Elish, é Ea (Enki) que vence Apsu, o Pai primordial, e que toma o seu lugar, tornando-se precisamente no Senhor das Águas do Abismo.

Na Epopeia de Gilgamesh, é também o deus Ea (Enki), mestre do Apsu, que adverte Utnapishtim, o Noé babilónico, do cataclismo que se aproxima, e para não levantar suspeitas sobre a construção da arca aconselha-o a dizer:

Soube que Enlil me hostiliza,
de modo que não posso mais residir em vossa cidade,
nem colocar o pé no território de Enlil.
Assim, ao Apsu eu descerei,
para residir com meu Senhor Ea.”

Note-se que durante o dilúvio, como atrás referido, enquanto todos os outros deuses observavam a tragédia por fora da Terra, nas suas naves, Enki permanecia calmamente no Apsu. Ou seja, tudo indica que o Apsu constitua um mundo subterrâneo, alheio às tribulações da crosta terrestre, e para o qual o seu Senhor convidara Utnapishtim, Ziusudra ou Noé a encontrar refúgio.
Tanto mais que, como se viu, Enki era também o “Senhor das Minas”, onde os Anunnaki, sob a sua direção, buscavam “ouro”. Ora as minas também poderão representar os acessos ou embocaduras que ligam a superfície com esse outro mundo de dentro do planeta.

Entramos assim, em pleno, na questão da Terra Oca (ou Abzu) que, se agora é motivo de descrédito e chacota pela deturpação de muitos autores conotados com as “teorias da conspiração”, começou por ser seriamente colocada e defendida por nomes reputados, desde Saint- Yves d’Alveydre a Henrique José de Souza.

O significado literal da palavra suméria AB-ZU é o de “lugar do conhecimento”, ou ainda, no mesmo sentido, mas com outra amplitude, “buraco da sabedoria”. E hoje em dia, a Física mais avançada do mundo chama também de “wormholes” (textualmente, “buracos de minhoca”) aos “portais estelares” ou “túneis de anti-matéria” que, teoricamente, ligam regiões de espaço-tempo, pontos opostos de um universo ou mesmo universos entre si, e que permitem viajar, instantaneamente, às mais longínquas regiões do cosmos... 

Um grande mistério se encontra ligado ao "mapa" espiritual destes "portais estelares", seguramente descritos no ADN humano e que, no ocidente, também se encontram simbolizados pelo "Cordeiro de Deus", o Agnus Dei, representando a "qualidade" necessária para o acesso àqueles portais, que ele próprio representa.

 De certo modo, será como que a obtenção do estatuto interno indispensável para a admissão naquele "reino" que Jesus (também figurado pelo Agnus Dei), dizia ser o seu, mas não deste mundo... Ou seja, um mundo espiritual mas que poderá ser também físico, numa outra dimensão do espaço-tempo. 

E como aquele, muitos outros mundos e universos pelo cosmos fora, assim como mundos desconhecidos bem próximos de nós, porque existentes no interior do nosso planeta.

Creio que o Abzu da mitologia mesopotâmica corresponde ao mundo oco da Terra, onde outras concepções situam o reino de Agartha, com as suas misteriosas sete cidades, coroadas por Shamballah, e onde habita, em completa harmonia, uma plêiade de seres provindos de vários planetas e estrelas, mas que trabalham pela humanidade de fora, ainda que esta o ignore. O acesso a esse mundo é interdito ao homem, a não ser que surja uma solicitação especial, como sucedeu com Utnapishtim, convidado pelo próprio Ea-Enki...

Assinale-se que este mundo, comparável ao verdadeiro Paraíso terrestre, nada tem a ver com um outro, composto por enormes bolsas subterrâneas e profundas cavernas, onde alguns Anunnaki caídos se abrigaram, juntamente com outras raças alienígenas hostis à humanidade. O seu objetivo continua a ser o de dominar a Terra e fazer do homem um mero escravo. Corresponde ao mundo que a ideologia judaico-cristã povoa de monstros terríficos, de demónios, de serpentes do mal e de dragões sinistros, que muitas “teorias da conspiração” confundem e colocam no mesmo saco do anterior. 

Acrescente-se que os monstros tanto atuam por fora como por dentro de cada ser humano e que, afinal, o que teremos que fazer, nesse combate interno de vida ou morte espiritual, será enfrentá-los com coragem e cortar-lhes a cabeça, tal como fez o herói sumério Gilgamesh à besta Huwawa, num passo decisivo da sua epopeia. Somente assim se poderá aceder à “porta do céu”, implantada no ADN de cada ser humano e aberta pelo esforço total de autoconhecimento e de consequente transformação espiritual...

É esse o convite muito especial que o deus sumério Enki, Senhor das entranhas da Terra ou do “fundo curvado do planeta”, deixou a cada um de nós.


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A mitologia de Tiamat aponta a sua ligação interna com as Plêiades, um grupo de sete estrelas principais, sobressaindo de centenas de outras menores, localizadas na constelação de Touro, também denominadas pelos antigos como “Colmeia de Abelhas”. 

Sendo a abelha um conhecido símbolo da alma, as Plêiades ligavam-se, espiritualmente, com Tiamat, a “Grande Mãe das Almas”, constituindo um mesmo lar sideral, e fazendo dela como que a sua síntese ou oitava estrela, invisível. Refira-se que as estrelas principais da constelação também eram chamadas Filhas de Atlas, ou Atlantis ... e, na verdade, o drama de Tiamat é como uma antecipação, nas estrelas, da história da Atlântida.

Como também assinalou William Henry, “Tiamat representa um grupo de almas que se afundaram na noite. ” E nesse desastre cósmico, tal como na Atlântida, “houve sobreviventes que procuraram reagrupar-se e que iniciaram uma longa marcha, utilizando uma série de símbolos e instrumentos de poder para reconstruir a sua civilização destroçada, permitindo às almas voltar para casa...”
Como Tiamat acabou destroçada e a Terra é a sua continuidade, na qual grande parte das almas originais foram despejadas, então todo aquele esforço de reconstrução, através da iniciação espiritual, se passa neste nosso mundo.

Ou seja, na Terra.

Daí que a simbologia da abelha, como emblema de Tiamat e símbolo da alma elevada, tenha sido adoptada por muitos centros espirituais, ou individualidades influentes, ao longo da nossa história. Refiro-me, por exemplo, à dinastia Merovíngia, que se considerava descendente direta de Jesus, a Napoleão, que fez questão de bordar abelhas no seu manto imperial ou aos Rosa-cruzes de Christian Rosenkreuz, com particular destaque para o símbolo da abelha pairando sobre uma rosa.

Na verdade, creio que tal distintivo representa, globalmente, o grande trabalho de sacralização da Terra, ou da recuperação completa da dignidade e estatuto de Tiamat. Esse trabalho já vem da alvorada dos tempos e tem sido executado por inúmeras Ordens, Escolas de Mistérios e Obras Iniciáticas, do ocidente ao oriente, que ainda procuram, denodadamente, implantá-lo na superfície do planeta. Também com a ajuda, ou com a oposição, acrescente-se, de outras hierarquias extraterrestres, como a dos Anunnaki e também, seguramente, com a dos Pleidianos, ligados a Tiamat. Assim como de muitas outras raças, que permanecem desconhecidas do grande público, mas não dos poderes que, verdadeiramente, governam a Terra.

E porque não há-de ser assim?

Os relatos sumérios não são uma ficção, existem espalhados pelos principais museus do mundo e testemunham a chegada de uma raça alienígena à Terra. Portanto: se assim foi com os Anunnaki, “os que desceram do céu”, porque não poderá ter sucedido o mesmo com outras raças e civilizações?

Tal como evidenciam as descrições sumérias, acádias, babilónias e assírias, mas também maias e muitas outras no ocidente e no oriente, duas grandes linhas de atuação na Terra se poderão, entretanto, ter definido: a que procurou ajudar e fazer progredir o homem, elevando a humanidade ao seu próprio nível, como sucedeu com Enki, e aquela outra que apenas o pretendeu explorar, infundindo o terror e baseando o seu poder no medo e na ignorância. A avaliar pelo estado do mundo, serão os segundos que ainda comandam a Terra, mas, como disse Jesus (na linha de Enki): “Agora é o julgamento deste mundo; agora o Príncipe deste mundo será expulso. ”

Obviamente, à custa de muito sangue, suor e lágrimas da maior parte da humanidade que, até hoje, mesmo que não o saiba, permanece escrava. No entanto, (e chega a ser irónico) todos trazemos, no mais fundo de cada um, a chave para a liberdade.



Uma dádiva de deuses, para nos tornarmos como eles.